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    Presidente da Colômbia oferece asilo a procuradora deposta da Venezuela

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    22/08/2017 09h47 - Atualizado às 10h11

    O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que a dissidente chavista e ex-procuradora da Venezuela Luisa Ortega Díaz está "sob proteção" de seu governo e receberá asilo caso solicite.

    Destituída de seu cargo no dia 5 de agosto, Luisa Ortega e seu marido, o deputado Germán Ferrer, deixaram o território venezuelano e chegaram a Bogotá na sexta-feira (18). Na véspera da fuga,  o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), controlado pelo regime de Nicolás Maduro, havia decretado a prisão de Ferrer, acusado de liderar uma rede de extorsão a empresários.

    A ex-funcionária e seu marido fugiram em lancha até Aruba e dali viajaram para a capital colombiana, segundo a emissora americana Univisión.

    Até o momento, as autoridades não especificaram o status migratório de Ortega, que tampouco se pronunciou sobre sua situação desde que chegou à Colômbia. O presidente Santos não detalhou os benefícios concedidos à ex-procuradora.

    Marco Bello - 31.jul.2017/Reuters
    Venezuela's chief prosecutor Luisa Ortega Diaz gestures as she speaks during a news conference in Caracas, Venezuela, July 31, 2017. REUTERS/Marco Bello ORG XMIT: MAB101
    Luisa Ortega Díaz, procuradora-geral deposta pela Assembleia Constituinte da Venezuela

    Após chegar ao poder em 2010, Santos recompôs as relações bilaterais com a Venezuela e qualificou de "novo melhor amigo" o então presidente Hugo Chávez, padrinho político de Maduro, com quem até agora havia mantido uma relação estável.

    Mas diante das últimas decisões de Maduro, Santos acusou Maduro de levar a Venezuela para uma ditadura e apoiou as sanções econômicas dos Estados Unidos contra o ditador e outros dirigentes chavistas.

    'RUPTURA CONSTITUCIONAL'

    Luisa Ortega se rebelou contra o governo Maduro no fim de março, quando denunciou uma "ruptura constitucional" na Venezuela a partir de decisões judiciais contra o Parlamento de maioria opositora.

    A ruptura definitiva ocorreu com o anúncio e a instalação da Assembleia Constituinte, que Maduro levou adiante para mudar a Constituição venezuelana no âmbito de protestos opositores, que deixaram mais de 120 mortos nos últimos quatro meses.

    O organismo, que goza de plenos poderes e foi eleito sem a participação de forças opositoras –que alegaram fraude durante o processo– destituiu Ortega. Além disso, as autoridades congelaram seus bens e proibiram a ex-procuradora de deixar a Venezuela.

    Além da ex-procuradora e seu marido, estão na Colômbia cinco magistrados venezuelanos nomeados em julho pelo Parlamento de maioria opositora, em uma ofensiva contra Maduro.

    Os juízes fugiram diante do assédio do governo Maduro, que desconsiderou a eleição da Corte Suprema e ordenou a detenção dos 33 magistrados nomeados, segundo Pedro José Troconis, um destes juízes.

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