Uma apresentação do grupo de rock californiano Allah-Las foi cancelada em Roterdã, na Holanda, devido a uma ameaça terrorista.

O cancelamento foi comunicado pela casa de shows Maassilo por volta das 19h locais (14h de Brasília), cerca de uma hora e meia antes do início previsto para o evento.

O prefeito, Ahmed Aboutaleb, informou que a polícia local encontrou uma van de placa espanhola com dois botijões de gás por volta das 21h locais (16h de Brasília).

O motorista da van, de nacionalidade espanhola, foi detido e interrogado.

"Não podemos estabelecer no momento se a van com os botijões de gás está vinculada a uma ameaça terrorista", informou Aboutaleb.

A polícia da Espanha teria comunicado às autoridades locais a ameaça de atentado.

A informação teria sido o resultado de uma investigação que já vinha sido conduzida pela Guarda Civil espanhola e que não tinha relação com os atentados da Catalunha da última semana.

	ARIE KIEVIT/AFP
	Carros de polícia em frente à casa de shows Maassilo, onde o show de rock da banda Allah-Las ocorreria

Agentes da polícia, munidos de coletes à prova de balas, se posicionaram ao redor da casa de shows, que tem capacidade para cerca de mil pessoas. A área foi esvaziada, e a unidade antiterrorista do Serviço de Intervenções Especiais rastreou o local.

Em uma entrevista ao jornal "The Guardian" em agosto de 2016, os integrantes da banda explicaram que escolheram usar "Allah" ("Alá", em português) em seu nome porque queriam algo que "soasse divino". "Recebemos vários e-mails de muçulmanos dizendo que se sentiram ofendidos, mas essa não foi a nossa intenção", afirmaram.

Ainda não se sabe por que o evento teria sido escolhido como possível alvo.

O incidente ocorre menos de uma semana após os atentados em Barcelona e Cambrils, na Espanha, que deixaram 15 mortos. Os atos foram reivindicados pela milícia terrorista Estado Islâmico.

A Europa passa por uma onda de atentados nos últimos dois anos, muitos deles envolvendo atropelamentos por veículos comuns.

A Holanda não sofreu nenhum ataque, porém serviços de inteligência se mantêm vigilantes após suspeitos dos atentados de Paris (2015) e Bruxelas (2016) terem conseguido entrar no país.