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    Migração ao Reino Unido diminui para menor nível em três anos após 'brexit'

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    24/08/2017 19h17

    O saldo da migração ao Reino Unido caiu a seu nível mais baixo dos últimos três anos, em um possível impacto do "brexit, o voto britânico de junho de 2016 para deixar a União Europeia.

    A diferença entre as pessoas que entraram no país e as que saíram entre abril de 2016 e 2017 foi de 246 mil, diminuição de 81 mil em relação ao período anterior.

    Mais de metade dessa brusca queda está relacionada a cidadãos europeus que saíram do Reino Unido ou deixaram de migrar, segundo os dados divulgados pelo governo na quinta-feira (24).

    A redução ocorreu especificamente em um grupo de oito países do leste europeu, entre eles a Polônia e a Hungria —membros do bloco econômico desde 2004, e de onde milhares migraram ao Reino Unido desde então.

    O descontento com a migração à ilha foi uma das principais razões para que cidadãos britânicos votassem no "brexit", uma decisão que moldará o futuro do país. A separação foi iniciada formalmente e deve ser concluída até meados de 2019, quando o Reino Unido já não será parte do bloco.

    Os detalhes do "brexit" estão sendo debatidos entre o governo britânico e a União Europeia. Um dos temas mais espinhosos é o futuro dos cidadãos em ambos os lados —por exemplo, os 3 milhões de europeus que vivem no Reino Unido. Não se sabe se eles poderão permanecer e trabalhar, uma razão para que deixem de migrar.

    Cidadãos europeus são especialmente importantes a setores como a construção e a saúde. O número de enfermeiros europeus no Reino Unido tem caído, e falta mão de obra para os hospitais.

    Outro motivo para que deixem o Reino Unido é a queda no câmbio da libra esterlina, desvalorizada desde o voto pelo "brexit". A libra vale hoje 1,09 euro, mas valia 1,4 euro em junho de 2015.

    ESTUDANTES

    Outro dado oficial divulgado nesta quinta-feira aponta para a queda na migração.

    O jornal britânico "Telegraph" publicou um estudo apontando que 97% dos estudantes internacionais deixam o Reino Unido após seus estudos —ao contrário do discurso político de que muitos permanecem ilegalmente.

    Isso significa que o número de migrantes pode ser dezenas de milhares mais baixo do que o anteriormente estimado, contradizendo o temor que levou ao "brexit".

    O governo britânico tem dito que se esforçará para manter a porta aberta a estudantes qualificados, que têm um impacto positivo na economia local. O Reino Unido é um dos principais destinos mundiais para os estudos.

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