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    Governistas vencem eleição em Angola; opositores contestam

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/08/2017 09h56 - Atualizado às 15h44

    Bruno Fonseca/AP
    Angola's MPLA main ruling party candidate and defence minister, Joao Lourenco, shows his ink-stained finger after casting his vote in Luanda, Angola, Wednesday, Aug. 23, 2017. Lourenco is the front-runner to succeed President Jose Eduardo dos Santos, who will step down after 38-years in power in an oil-rich country. (AP Photo/Bruno Fonseca) ORG XMIT: XDF101
    O ministro da Defesa e candidato à Presidência pelo MPLA, João Lourenço, após votar em Luanda

    O partido governista MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) venceu a eleição presidencial de Angola com 61,10% dos votos, segundo dados provisórios divulgados pela comissão eleitoral nesta sexta-feira (25). O candidato da sigla e atual ministro da Defesa, João Lourenço, 63, vai suceder José Eduardo dos Santos, 74, que está no poder há 38 anos.

    Até a manhã desta sexta, haviam sido apurados 97,82% dos votos. O partido opositor Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola) tem 26,71%.

    O MPLA governa a Angola desde que o país conseguiu a independência de Portugal, em 1975 e já tinha previsto que ganharia a eleição com folga. O resultado, entretanto, mostra uma retração do apoio em relação a disputa de 2012, quando o partido teve 72% dos votos.

    Lourenço se comprometeu a ampliar os investimentos estrangeiros na Angola e disse que quer ser reconhecido como um líder que levou o "milagre econômico" ao país africano. 

    Após o anúncio da vitória de Lourenço, a oposição questionou os resultados. A eleição foi feita de forma indireta e os eleitores votaram nos partidos que vão compor a nova assembleia nacional.

    "Temos resultados diferentes dos anunciados pela Comissão Eleitoral Nacional", afirmou Estevao Jose Kachiungu, membro da Unita. "É impossível que na Angola atual o MPLA ganhe em todas as províncias com tamanha vantagem".

    O porta-voz do MPLA, João Martins, negou fraude e qualificou os opositores de "arrogantes".

    As duas siglas travaram uma guerra civil por quase três décadas. O conflito só terminou com um acordo de paz selado em 2002.

    Também de acordo com a comissão eleitoral, o MPLA ganhou 150 dos 220 assentos parlamentares, dando-lhes a maioria dos dois terços necessária para aprovar qualquer tipo de legislação sem a ajuda de outro partido.

    Pela primeira vez, o partido perdeu sua maioria na capital Luanda, ganhando apenas 48% dos assentos parlamentares. No geral, o MPLA perdeu 25 lugares em comparação com as eleições em 2012.

    A Unita ganhou 51 assentos parlamentares, um aumento de 19 em comparação com as últimas eleições. O segundo partido da oposição Casa-CE dobrou os assentos para 16.

    POBREZA

    Os partidos de oposição esperavam maior apoio por causa da revolta do eleitorado em temas como a inflação, que chegou a 40% em 2016, as baixas taxas de crescimento e o alto desemprego.

    Apesar de ser rica em petróleo e diamantes, a Angola é um dos países mais pobres da África.

    A Anistia Internacional pediu para o próximo presidente de Angola "guiar o país para fora do espiral de opressão" e criticou o "registro terrível de direitos humanos" do atual presidente, José Eduardo dos Santos.

    Críticos acusam o mandatário de suprimir qualquer dissidência e enriquecer a sua família e a elite governante.

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