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    Coreia do Norte diz ter realizado teste com bomba de hidrogênio

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/09/2017 05h19 - Atualizado às 22h47

    A Coreia do Norte anunciou neste domingo (3) seu sexto teste com uma bomba nuclear, afirmando que o artefato que explodiu —o mais potente até hoje— seria uma bomba de hidrogênio.

    A decisão é um claro desafio às ameaças feitas pelo governo Donald Trump e acirra a escalada de tensões envolvendo Pyongyang, Washington, Seul, Tóquio e Pequim.

    Embora a potência exata da bomba não possa ser confirmada, a força do abalo sísmico causado pelo teste indica que seu poder destrutivo superava o daquelas lançadas pelos EUA contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945, na Segunda Guerra Mundial.

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    Em Seul, o Parlamento estimou que detonação chegou a até 100 kilotons, ou sete vezes Hiroshima, dez vezes mais potente que o maior teste nuclear do país.

    É impossível, neste momento, uma verificação independente de que se trate da chamada bomba H, muito mais potente que uma bomba nuclear comum.

    Apesar do ceticismo corrente de especialistas, porém, o governo japonês declarou, após analisar os dados de um forte tremor detectado às 12h36 (0h36 em Brasília), que o abalo sísmico, de magnitude 6,3 segundo o instituto geológico norte-americano, era resultado de um novo teste atômico subterrâneo na província de Hamgyong, nordeste do país.

    "Chegamos à conclusão de que a Coreia do Norte realizou seu sexto teste nuclear", disse o ministro de Assuntos Exteriores do Japão, Taro Kono, para a imprensa do país.

    O momento do teste coincide com a escalada de tensões entre os EUA e a Coreia do Norte e sucede uma série de testes com mísseis balísticos de longo alcance, inclusive um intercontinental.

    KCNA/Reuters
    Imagem distribuída pela agência de notícias KCNA mostra Kim Jong-un inspecionando o que seria a bomba de hidrogênio
    Imagem distribuída pela agência de notícias KCNA mostra Kim Jong-un inspecionando o que seria a bomba de hidrogênio

    Recente relatório da Defesa dos EUA indica, também, que é provavelmente real a alegação do regime de Kim Jong-un, há um ano, de que conseguiu produzir uma ogiva nuclear pequena o bastante para caber em um míssil.

    Os vizinhos Japão e Coreia do Sul externaram preocupação. A Coreia do Sul elevou seu nível de alerta ao máximo e o Japão enviou aviões de reconhecimento. Os EUA prometeram uma "resposta militar maciça" às ameaças.

    Nesta segunda (4), as forças sul-coreanas dispararam dois mísseis balísticos de curto alcance rumo ao mar do Japão e fizeram um exercício conjunto com os EUA com dois caças, que atingiram alvos também no oceano.

    A agência de notícias KCNA mostrou imagens de Kim inspecionando o que dizem ser o carregamento da bomba de hidrogênio em um míssil intercontinental e, em seu texto, afirma que todo o processo foi feito dentro do país.

    REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

    O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também condenou os testes norte-coreanos. Segundo ele, a ação é profundamente desestabilizadora para a segurança regional.

    O presidente dos EUA, Donald Trump, se reunirá com o Conselho de Segurança Nacional neste domingo. Ao mesmo tempo, seu governo prepara um novo pacote de sanções a serem aplicadas contra o governo do ditador Kim Jong-un, da Coreia do Norte.

    Trump estuda encerrar comércio com todo país que fizer negócios com a Coreia do Norte.

    Em uma série de tuítes da manhã, Trump afirmou que eram "hostis" e "perigosas" as ações de Pyongyang e considerou que uma política de "apaziguamento" com o regime comunista norte-coreano não funcionaria.

    "A Coreia do Norte realizou um grande teste nuclear", disse ele. "Suas palavras e ações permanecem muito hostis e perigosas para os EUA."

    O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou à Fox News que "preparará um pacote de sanções e enviará ao presidente para consideração".

    "Aqueles que fazem negócios com eles [Coreia do Norte] não poderão fazê-lo conosco", disse ele. "Trabalharemos em conjunto com nossos aliados. Trabalharemos com a China."

    A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, foram favoráveis ​​durante uma conversa telefônica sobre um "aperto" de sanções já aplicadas pela União Europeia contra a Coreia do Norte, informou o governo alemão.

    O encontro do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também condenou os testes nucleares norte-coreanos e pedirá reforço do diálogo com o país oriental.

    O Conselho de Segurança da ONU no início de agosto aprovou o sétimo pacote de sanções contra Pyongyang com o objetivo de privar o regime de cerca de US$ 1 bilhão de receita de suas exportações de chumbo, ferro e outros minerais, bem como peixe e frutos do mar.

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