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    No único debate das eleições, Merkel e Schulz concordam sobre migração e ignoram 'brexit'

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    03/09/2017 17h43

    Herby Sachs/WDR/Handout/AFP Photo
    Esta foto de destaque disponibilizada pelo transmissor público alemão WDR mostra Martin Schulz, líder do partido SPD socialista alemão e candidato a Chanceler (R) e a chanceler alemã, Angela Merkel, antecipando um debate televisionado em um estúdio de televisão em Berlim, em 3 de setembro 2017. Angela Merkel, chanceler legal e coletiva da Alemanha, está de frente para frente com seu desafiante desafiante Martin Schulz em seu único debate na televisão antes das eleições gerais deste mês, em uma partida crucial que pode influenciar milhões de eleitores
    A chanceler alemã, Angela Merkel, e o social-democrata Martin Schulz em debate neste domingo (3)

    A chanceler alemã, Angela Merkel, e o social-democrata Martin Schulz participaram neste domingo (3) do único debate televisivo antes das eleições de 24 de setembro.

    Eles disputam o governo do país mais populoso da União Europeia, em meio à crise migratória e as turbulências políticas no restante do mundo –a saída do Reino Unido do bloco econômico, por exemplo, e a eleição de Donald Trump nos EUA.

    Mas as discussões no palanque não indicaram que o país possa ter uma mudança drástica de rumo nos próximos anos. Os dois candidatos parecem concordar sobre as principais questões.

    Schulz, por exemplo, teve um de seus momentos de impacto ao dizer que vai interromper o processo de entrada da Turquia na União Europeia. "Quem quer que seja o próximo chanceler tem a tarefa de dizer que todas as linhas vermelhas foram ultrapassadas", disse.

    Mas Merkel já vem antagonizando o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e ela própria lembrou o rival na TV de que tampouco é uma entusiasta da adesão turca. "Não enxergo a Turquia entrando na União Europeia. Nunca vi", afirmou.

    Merkel é atualmente a favorita para se reeleger e acumular um quarto mandato.

    Seu partido, a conservadora CDU (União Democrata-Cristã), tem 39% das intenções de voto segundo uma pesquisa divulgada na sexta-feira (1º) pelo instituto Forschungsgruppe Wahlen. O SPD (Partido Social-Democrata) de Schulz tem 22%.

    A pesquisa foi realizada com 1.309 pessoas de 29 a 31 de agosto. Não há informação sobre a margem de erro.

    Há outros partidos disputando as eleições, mas apenas Merkel e Schulz foram convidados para o debate.

    O FDP (Partido Democrático Liberal), em terceiro lugar, tem 10% dos votos.

    MUÇULMANOS

    Merkel e Schulz também não discordaram sobre a migração de muçulmanos à Alemanha, outro dos grandes temas destas eleições.

    Ambos disseram que o problema não está relacionado à religião dos migrantes. Merkel mencionou as multidões de muçulmanos que se integraram à sociedade alemã, enquanto Schulz disse que esse grupo de migrantes não representa um desafio maior do que os demais.

    O governo Merkel permitiu a entrada de quase um milhão de migrantes em 2015, no auge da crise migratória.

    A "política de portas abertas", como é conhecida, foi criticada internamente por partidos mais à direita, como o radical AfD (Alternativa para a Alemanha). Houve também forte crítica externa, por exemplo, vinda da Hungria.

    Mas Schulz, que disputa o governo, afirmou na televisão concordar com a política em si. Sua ressalva foi por como a decisão foi tomada unilateralmente por Merkel. Ele diz, em campanha, que governaria de outra maneira, consultando os parceiros.

    FORA DE FOCO

    O debate de 90 minutos frustrou espectadores, e analistas comentavam em tempo real nas redes sociais, insatisfeitos com a abrangência dos tópicos. Muito tempo foi gasto sobre a Turquia, mas temas urgentes como o "brexit" –a saída britânica da UE– passaram batidos.

    Também não estiveram em pauta o orçamento da Otan, a aliança militar ocidental, que tem causado atrito entre a Europa e os Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, exige uma contribuição maior de seus aliados.

    Em vez disso, uma das perguntas feitas a Merkel foi se ela concordava com a escolha do Qatar para sediar a Copa em 2022. "Não", disse.

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