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    ONU denuncia 'clássico exemplo de limpeza étnica' em Mianmar

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/09/2017 07h39 - Atualizado às 08h27

    Danish Siddiqui/Reuters
    Smoke is seen on Myanmar's side of border as an exhausted Rohingya refugee woman is carried to the shore after crossing the Bangladesh-Myanmar border by boat through the Bay of Bengal, in Shah Porir Dwip, Bangladesh September 11, 2017. REUTERS/Danish Siddiqui TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: GGGMUM03
    Mulher refugiada da minoria rohingya é carregada na travessia entre Bangladesh e Mianmar

    O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse nesta segunda-feira (11) que o tratamento de Mianmar à minoria muçulmana rohingya se assemelha a um "exemplo clássico de limpeza étnica".

    De acordo com a ONU, mais de 300 mil rohingyas fugiram para Bangladesh desde o fim de agosto, quando a crise humanitária em Mianmar se intensificou após confrontos entre grupos da minoria étnica e o Exército do país.

    "Como Mianmar impediu o acesso dos investigadores especializados em direitos humanos, não posso fazer uma avaliação atual, mas a situação parece um exemplo clássico de limpeza étnica", disse Hussein.

    Os rohingyas não têm direito a cidadania e são considerados por muitos como imigrantes ilegais em Mianmar –país onde mais de 90% da população se declara budista–, apesar da presença de algumas famílias há várias gerações na região. Eles não têm acesso a hospitais, escolas e nem ao mercado de trabalho.

    A crise se agravou no dia 25 de agosto, quando rebeldes do grupo Exército de Salvação Arakan Rohingya atacaram postos policiais em Mianmar. Após o embate, o Exército birmanês reagiu com uma grande operação no Estado de Rakhine, uma região pobre e remota do país. Segundo dados oficiais, centenas de pessoas morreram desde então.

    VENEZUELA

    No mesmo evento, a abertura da 36ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Hussein pediu uma investigação internacional sobre o uso excessivo de força pelas autoridades na Venezuela.

    A ONU já havia denunciado violações de direitos humanos da ditadura de Nicolás Maduro em agosto, após a repressão a protestos da oposição.

    Em crise, os protestos contra o governo na Venezuela se intensificaram quando grupos se mobilizaram contra a Assembleia Nacional Constituinte, que deve reescrever a Constituição venezuelana e foi instalada no começo de agosto.

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