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    Incêndio que matou 80 pessoas em prédio de Londres tem 1ª audiência

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    14/09/2017 19h15

    Um inquérito público sobre o incêndio no Grenfell Tower, em Londres, que matou pelo menos 80 pessoas em junho, teve início nesta quinta-feira (14) para investigar as causas e negligências que contribuíram para o desastre.

    A audiência começou com um minuto de silêncio em homenagem às vítimas, cujo número exato permanece desconhecido por causa da devastação dentro da torre.

    "[O inquérito] fornecerá respostas para questões urgentes sobre como esse desastre pôde acontecer em Londres em pleno século 21", disse o juiz aposentado e presidente da comissão de investigação, Martin Moore-Bick.

    Segundo ele, o inquérito não tem como objetivo punir ou promover compensações, mas sim o de se descobrir a verdade sobre a tragédia. O juiz afirmou que espera que a investigação forneça uma "uma pequena dose de consolo" aos familiares das vítimas e disse entender que os antigos residentes do Grenfell Tower sintam uma grande "sensação de raiva e traição".

    Veja vídeo

    A comissão examinará temas como a causa e propagação do incêndio, o design, a construção e as reformas na prédio, se as normas de incêndio estavam adequadas, além das ações das autoridades antes e depois da tragédia.

    O revestimento do prédio, que era mais barato, porém inflamável, será um dos pontos principais de análise da comissão. O material foi tema de debate em todo o Reino Unido após o incêndio, uma vez que é usado em centenas de outras moradias.

    Além do inquérito, está em andamento na polícia uma investigação que pode resultar em acusações por homicídio culposo. Não houve prisões relacionadas ao caso até o momento.

    VÍTIMAS

    Traumatizados, antigos residentes do Grenfell Tower ainda aguardam novos lares.

    Após o incêndio, a primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu que todas as famílias cujas casas foram destruídas no incêndio seriam realocadas dentro de três semanas mas, três meses depois, a maioria ainda vive em hotéis.

    Apenas três das 197 famílias que precisavam serem realocadas se mudaram para casas permanentes.

    "Estou sem nada. Estou no hotel e tenho que lidar com a minha família. Minha filha apenas começou a escola. Eles precisam de alguma estabilidade e não posso dar", disse Miguel Alves, que vivia no 13º andar na Grenfell Tower.

    O prédio de um conjunto habitacional de 24 andares foi destruído no dia 14 de junho no pior incêndio do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

    O desastre também provocou um debate nacional sobre a desigualdade social e o abandono governamental das comunidades pobres.

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