• Mundo

    Sunday, 05-May-2024 20:08:18 -03

    Temer é visto como temporário pelo governo Trump, diz especialista

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    DE SÃO PAULO

    17/09/2017 02h00

    John Macdougall/AFP
    US President Donald Trump (L) and Brazil's President Michel Temer talk ahead the third working session "Partnership with Africa" on the second day of the G20 Summit in Hamburg, Germany, July 8, 2017. Leaders of the world's top economies gather from July 7 to 8, 2017 in Germany for likely the stormiest G20 summit in years, with disagreements ranging from wars to climate change and global trade. / AFP PHOTO / John MACDOUGALL
    O americano Donald Trump e o brasileiro Michel Temer durante o G20 na Alemanha

    A crise política e a instabilidade do governo brasileiro é um dos motivos que dificulta a relação entre Brasília e Washington, de acordo com Peter Schechter, especialista em política externa e apresentador do podcast Altamar.

    "O governo Trump vê o governo Temer como temporário e cheio de problemas", disse ele em apresentação na AmCham (Câmara Americana de Comércio). "Eles não têm porque se engajar mais, não sabem se o governo Temer estará aqui por muito tempo."

    A indefinição no governo americano colabora para a paralisia. Ainda há centenas de postos vagos no Departamento de Estado.

    O embaixador dos EUA no Brasil, Peter Michael McKinley, nega que a relação passe por um momento difícil. "Nossos estreitos laços comerciais e de investimento são bem conhecidos; e vários de nossos ministérios se engajam em diálogos regulares e trabalham para resolver as diferenças quando elas surgem", disse à Folha.

    Segundo ele, "tudo isso é um reflexo da confiança e do compromisso de longo prazo que os Estados Unidos e o Brasil veem nesse relacionamento".

    Mas é fato que grandes temas da agenda bilateral, que dependem de vontade política e alguma atuação presidencial, estão paralisados. A vontade do Brasil de fechar um acordo de investimentos com os EUA, nos novos moldes do que quer o Itamaraty, não está na pauta.

    Um acordo de liberalização comercial, com redução de tarifas, reivindicação de alguns setores da indústria brasileira, tampouco está no horizonte.

    A isenção de vistos para brasileiros, antiga reivindicação, está mais distante. O índice de recusa de vistos, um dos parâmetros considerados pelos EUA ao determinar se um país entrará no programa de "visa waiver", triplicou —em 2015, 5,36% tiveram seus pedidos de visto negados; em 2016, foram 16,7%.

    Apenas atividades no médio escalão se mantêm. É o caso das negociações de facilitação comercial, para eliminação de barreiras técnicas e padronização de regras. Apesar de não ser um assunto sexy, a facilitação de comércio resulta em ganhos para o setor privado.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024