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    Moradores da Cidade do México ficam na rua e oferecem ajuda após tremor

    ANA PAULA TOVAR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA CIDADE DO MÉXICO

    20/09/2017 02h00

    Miguel Tovar/AFP
    Moradores da Cidade do México trabalham na retirada de escombros de um prédio no bairro de Roma
    Moradores da Cidade do México trabalham na retirada de escombros de um prédio no bairro de Roma

    A segunda maior cidade da América Latina, atrás de São Paulo, ficou paralisada nas horas seguintes ao tremor. Os escritórios e restaurantes fechados, mais de 3,8 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica e os telefones funcionam com dificuldade.

    Na hora do tremor, Francisco Tostado, 36, estava na casa de uma amiga, no bairro nobre de Condesa, um dos mais afetados. "A porta não abria e começamos a gritar, até que um vizinho conseguiu abrir", disse à Folha. "Todos corriam e gritavam que havia um vazamento de gás."

    "Moro na primeira quadra do Centro Histórico e da minha janela só vi fumaça aparecendo no norte e no sul da cidade", afirmou José Manuel Espindola, 34.

    Todos se recusam a voltar para suas casas, com medo das réplicas do tremor. A exceção fica por conta daqueles com animais.

    "Não pude tirá-los, foi impossível colocá-los na caixinha", disse Dorian Ulises, 37, que estava em um parque no bairro Roma, outro bairro nobre da capital mexicana bastante atingido pelo terremoto desta terça-feira (19).

    Apesar da tragédia, algumas tradições da Cidade do México se mantiveram. Os moradores aliviam a fome nas barraquinhas de comida —batatas fritas, tacos— e compram água de ambulantes e de algumas mercearias que estavam abertas. "Lá dentro está cheio de cerveja derramada", disse um vendedor à reportagem.

    A quantidade de pessoas no meio da rua prejudicou ainda mais o já caótico trânsito da cidade. O ruído das ambulâncias, carros de bombeiros e dos cachorros latindo era muito intenso.

    Havia também relatos de saques e roubos na capital e em outros Estados afetados. A polícia informou que os criminosos serão presos, apesar da destruição da tragédia.

    Editoria de Arte/Folhapress

    SOLIDARIEDADE

    Nas redes sociais, usuários compartilham avisos e pedidos de ajuda após o tremor. "Se você quer ajudar por favor pense em ir até o banco de sangue mais próximo e doe sangue", escreveu uma ONG mexicana no Twitter.

    Pelo WhatsApp, amigos compartilham mensagens com listas de prédios danificados, telefones úteis e conselhos como "não sature as linhas de transporte" e "evite sair de carro para não congestionar as ruas".

    Voluntários começaram a aparecer com pás perto de prédios destruídos para ajudar nos trabalhos de resgate em meio aos escombros.

    Uma senhora distribuía pão em um parque da Cidade do México, enquanto outra entretinha um grupo de crianças fazendo desenhos. "Dizem que vem um ainda pior", era um dos tantos rumores ouvidos nas ruas.

    Editoria de Arte/Folhapress
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