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    Furacão Maria atinge Porto Rico e mata ao menos 9 no Caribe

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/09/2017 07h02 - Atualizado às 20h20

    Considerado um dos furacões mais potentes a atingir Porto Rico na história, o Maria provocou inundações e danos "catastróficos" na ilha nesta quarta-feira (20).

    O fenômeno tocou o solo de Porto Rico na manhã desta quarta com ventos máximos de 250 km/h, quando era classificado como furacão de categoria 4 (em uma escala que vai até 5), segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC). Depois, o Maria perdeu força e foi rebaixado duas vezes, indo para a categoria 2.

    Ao menos nove pessoas morreram no Caribe em decorrência do Maria. Em Porto Rico, as autoridades ainda não confirmaram mortes.

    Mas segundo a prefeita da capital San Juan, Carmen Yulín Cruz, a "vida na cidade como era conhecida" mudou após o furacão.

    "Há muita dor, muita devastação", disse Cruz. "Nossa vida como conhecíamos mudou".

    De acordo com a mídia local, rios transbordaram e os ventos derrubaram árvores e danificaram casas e prédios, incluindo vários hospitais. Imagens em redes sociais mostram bairros inteiros de San Juan inundados.

    Toda a ilha estava sem energia elétrica, segundo o jornal "El Nuevo Día", e milhares de pessoas estão em abrigos.

    "Porto Rico está sendo duramente golpeado por um novo monstruoso furacão", tuitou o presidente americano, Donald Trump. "Tenham cuidado, nossos corações estão com vocês –estaremos lá para ajudar".

    Na tarde desta quarta, o fenômeno estava a 55 quilômetros ao sudeste do município de Arecibo e avançava em direção à República Dominicana com velocidade média de 19 km/h.

    Editoria de Arte/Folhapress

    PIOR FURACÃO DO SÉCULO

    Em Porto Rico, aproximadamente 3,5 milhões de moradores formaram filas nesta semana para comprar produtos de primeira necessidade e proteger suas casas e negócios.

    Cerca de 500 abrigos com capacidade para 67 mil pessoas foram abertos para proteger cidadãos do furacão que "pode ser o pior do [último] século em Porto Rico", segundo o governador da ilha, Ricardo Rossello Nevares.

    "Confesso que tenho medo. Estou preocupada porque é a primeira vez que vou ver um furacão dessa intensidade", disse à agência de notícias France Presse a professora Noemi Aviles Rivera, 47, que sobreviveu a dois deles: Hugo, em 1989, e Georges, em 1998.

    Recentemente, Porto Rico enfrentou o furacão Irma. Pelo menos 50 mil casas estavam sem energia elétrica na ilha já desde a passagem do fenômeno.

    ECONOMIA EM CRISE

    Os dois fenômenos atingem a ilha em um período de forte crise econômica.

    Porto Rico tinha uma das economias mais dinâmicas do Caribe até 2006, mas registrou crescimento negativo nos últimos 11 anos.

    A alta no preço do petróleo, essencial para a geração de energia na ilha, e o vencimento de títulos públicos que trouxeram investimentos maciços de empresas americanas desde a década de 50 são considerados os principais fatores causadores da crise.

    Hoje, 46% dos seus 3,5 milhões de habitantes vivem na pobreza.

    A ilha possui uma dívida de mais de 70 bilhões de dólares que não pode honrar. Em maio deste ano, o governo deu início ao maior processo de falência de uma entidade americana.

    Em 1952, Washington conferiu a Porto Rico o estatuto de "Estado livre associado", o que lhe dá alguns direitos nos Estados Unidos, como a cidadania americana e liberdade de movimento.

    Nos últimos seis anos, cerca de 300 mil porto-riquenhos (de uma população de 3,7 milhões) abandonaram a ilha rumo aos EUA. Segundo dados do próprio governo local, a maioria dos emigrantes tem diploma superior.

    DANOS NO CARIBE

    Ainda quando estava na categoria 5, o Maria devastou as ilhas de Guadalupe e Dominica na terça (19).

    O furacão matou ao menos sete pessoas em Dominica e duas em Guadalupe, segundo autoridades. Ele também causou danos generalizados em St. Croix, uma das Ilhas Virgens norte-americanas.

    Aproximadamente 40% da população de Guadalupe estava sem energia. Outras 70 mil casas estão sem luz na ilha de Martinica, também território francês no Caribe.

    O primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit, afirmou nesta terça que os moradores da ilha perderam "tudo o que o dinheiro pode comprar e substituir".

    No início do mês, 68 pessoas morreram com a passagem do furacão Irma, sendo 36 em ilhas do Caribe e 32 no território continental dos Estados Unidos, cujo Estado mais atingido foi a Flórida.

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