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    Após críticas de Trump, Irã declara que vai fortalecer capacidade militar

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    22/09/2017 16h23

    AFP
    The new Iranian long range missile Khoramshahr is displayed during the annual military parade marking the anniversary of the outbreak of its devastating 1980-1988 war with Saddam Hussein's Iraq, on September 22,2017 in Tehran, President Hassan Rouhani vowed that Iran would boost its ballistic missile capabilities despite criticism from the United States and also France. / AFP PHOTO / str ORG XMIT: IRN02
    Khoramshahr, novo míssil de longo alcance do Irã, é apresentado em parada militar

    O presidente iraniano, Hassan Rowhani, declarou nesta sexta-feira (22) em discurso durante uma parada militar em Teerã que o país irá "aumentar seu poder militar de dissuasão" e também suas "capacidades balísticas".

    "Nós não pediremos permissão a ninguém para defender o nosso país", disse Rouhani.

    Uma das armas em exibição na parada era um novo míssil balístico que, segundo declaração do chefe da divisão aeroespacial das Guardas Revolucionárias, Amirali Hajizadeh, à agência de notícias iraniana Tasnim, tem é capaz de carregar diversas ogivas nucleares e tem alcance de 2 mil quilômetros.

    A declaração foi feita dias após o presidente americano Donald Trump criticar o acordo de armas nucleares feito com o Irã em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU, em um sinal de que pode decidir não respaldá-lo até o próximo dia 15.

    O acordo, que tem 159 páginas, é resultado de mais de uma década de discussões diplomáticas voltadas a impedir o Irã de construir uma bomba nuclear, o que poderia desestabilizar o Oriente Médio.

    O Irã apoia grupos militantes contrários a Israel, como o palestino Hamas e o libanês Hizbullah, além de seus líderes frequentemente fazerem menções à destruição de Israel.

    Na terça-feira (19), o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, repetiu o tom duro de Trump e disse à Assembleia Geral que Israel "vai agir para prevenir que o Irã produza armas para usar contra nós e prevenir que abram novas frentes de terror contra Israel ao longo de nossa fronteira".

    "Aqueles que nos ameaçam com a aniquilação se põem em perigo mortal. Israel se defenderá com a força total de suas armas e o poder total de suas convicções" disse Netanyahu.

    Teerã recorrentemente alega que seu programa nuclear é pacífico e que nunca procurou produzir uma bomba. As negociações estavam em um impasse até meados de 2013, quando Hassan Rowhani foi eleito presidente e declarou à época a disposição do país em chegar a um acordo.

    O pacto final foi negociado pelos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, China e Rússia e é considerado uma das conquistas do governo de Barack Obama.

    Após o discurso de Trump, Rowhani,cancelou a reunião que teria com o presidente Michel Temer na quarta-feira (20) em paralelo à Assembleia Geral da ONU.

    Segundo a missão iraniana nas Nações Unidas, "mudanças de última hora na agenda do presidente levaram ao cancelamento" de encontros.

    Não está claro se o rearranjo na agenda de Rowhani teve ligação com a reunião, realizada no mesmo dia, de chanceleres dos países do P5+1 (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) e do Irã para discutir o futuro do acordo sobre o programa nuclear de Teerã.

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