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    Manifestantes fazem protesto contra partido da direita radical na Alemanha

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

    24/09/2017 14h19

    Christian Mang/Reuters
    Demonstrators protest against the anti-immigration party Alternative for Deutschland AfD, after German general election (Bundestagswahl) in Berlin, Germany, September 24, 2017. REUTERS/Christian Mang ORG XMIT: CHM20
    Manifestantes protestam contra o partido anti-imigração AfD (Alternativa para a Alemanha)

    Dezenas de manifestantes protestaram contra o resultado das eleições alemãs deste domingo (24) diante do escritório da AfD em Berlim. Na sacada do primeiro andar, membros do partido observavam a multidão –que lhes mostrava o dedo do meio. Policiais observavam.

    O partido nacionalista de direita teve 13,5% dos votos, segundo as primeiras bocas de urna. A cifra supera as expectativas, e significa que a AfD será a primeira sigla radical de direita no Parlamento alemão desde o fim da Segunda Guerra (1939-1945).

    "É importante lutarmos contra o racismo e o facismo", disse à Folha Franka Lehmann, 31. "A Alemanha já falhou em sua história ao derrotar o nazismo em seu inicio", afirmou sobre o regime de Adolf Hitler, que matou seis milhões de judeus no Holocausto.

    "Não estou dizendo que vai se repetir. Mas precisamos lutar. Mesmo um pequeno grupo facista no Parlamento é perigoso para as minorias."

    Valentina, 34, que não quis dizer o sobrenome, também protestava. Ela passava de bicicleta quando se uniu à multidão gritando contra o partido de direita nacionalista, cuja plataforma é marcada pela aversão a migrantes e ao islã.

    "Odeio eles", disse. "Não sei se muda algo protestar, mas estou aqui."

    OPOSIÇÃO

    A AfD deve ser a terceira força do Parlamento alemão. Mas dificilmente entrará no governo –o que já foi dito explicitamente pela chanceler Angela Merkel.

    Seu partido, a CDU (União Democrata-Cristã), recebeu 32,5% dos votos, cerca de nove pontos percentuais abaixo do obtido nas últimas eleições em 2013.

    O SPD (Partido Social-Democrata) de seu rival, Martin Schulz, registrou 20% na boca de urna. Se confirmado, será o pior resultado de sua história.

    CDU e SPD governam hoje em coalizão. O modelo é típico na Alemanha, em que nenhum partido costuma ter votos o suficiente para montar sozinhos seu governo –caso das eleições deste domingo.

    Merkel pode trocar a SPD pelos Verdes em sua próxima coalizão. Mas já disse: em nenhuma hipótese governará com a AfD.

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