• Mundo

    Saturday, 18-May-2024 03:47:07 -03

    Ex-primeira-ministra da Tailândia é condenada a cinco anos de prisão

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/09/2017 17h27

    Chaiwat Subprasom - 21.jul.2017/Reuters
    Acusada de negligência em processo político, Yingluck Shinawatra, ex-primeira-ministra tailandesa, chega para seu julgamento em Bancoc
    Acusada de negligência, Yingluck Shinawatra chega à última audiência de seu processo em 21.jul.2017

    Uma corte tailandesa condenou à revelia a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra a cinco anos de prisão por negligência na gestão de um programa de subsídios à produção de arroz, nesta quarta (27).

    Seu governo foi derrubado por um golpe militar em 2014 e, no passado, Shinawatra havia declarado que o processo contra ela tinha motivação política.

    Acredita-se que ela tenha fugido há mais de um mês do país. Seus advogados declararam não saber onde ela se encontra.

    Ré no mesmo processo, sua ministra do comércio foi condenada a 42 anos por orquestrar uma venda de arroz falsa entre órgãos do governo.

    O programa de subsídios à produção de arroz foi um dos maiores responsáveis pelo bom desempenho do partido de Shinawatra, o Pheu Thai, nas eleições gerais de 2011.

    O governo pagava aos fazendeiros tailandeses cerca de 50% a mais que o valor de mercado pelo arroz produzido no país. Os grãos eram então armazenados com o objetivo de diminuir a oferta e assim forçar um aumento de preços –o que não aconteceu.

    Em vez de valorizar o arroz tailandês, o programa possibilitou que outros países produtores ganhassem espaço no mercado vendendo a preços competitivos.

    Como resultado, Vietnã e Índia substituíram a Tailândia como principais exportadores, enquanto toneladas de arroz ficaram encalhadas nos armazéns do governo.

    A acusação argumentou que Shinawatra era culpada de abandono de dever. Seus críticos afirmam que a motivação por trás do programa de subsídios era política; usando verbas federais, ela garantiria o apoio do eleitorado rural.

    O regime militar tailandês tem repetidamente processado Shinawatra. Em uma ação administrativa, suas contas bancárias foram congeladas e ela foi julgada pessoalmente responsável pela de perda de US$ 1 bilhão, de um total de US$ 7 bilhões, causada pelos subsídios.

    Promotores justificaram a alta penalidade argumentando que ela teria ignorado avisos de corrupção e prosseguido com o programa.

    Apoiadores da ex-primeira-ministra defendem sua inocência e afirmam que os processos contra ela são parte de um esforço para minar a influência política de seu irmão, Thaksin Shinawatra, que também foi primeiro-ministro.

    Athit Perawongmetha - 1.ago.2017/Reuters
    A supporter wearing a T-shirt with portraits of ousted former Thai prime minister Thaksin and Yingluck Shinawatra is pictured at the Supreme Court in Bangkok, Thailand, August 1, 2017. REUTERS/Athit Perawongmetha NO RESALES. NO ARCHIVES. ORG XMIT: AP17
    Do lado de fora da Suprema Corte, manifestante veste camiseta com foto dos irmãos Shinawatra

    Deposto do cargo por um golpe militar em 2006, Thaksin, um magnata dos meios de comunicação, havia sido acusado de abuso de poder, corrupção e desrespeito à monarquia tailandesa.

    Ele vivo em exílio autoimposto para evitar cumprir uma condenação de 2008 por conflito de interesses.

    Como sua principal herdeira política, Yingluck foi eleita primeira-ministra em 2011, e, segundo seus partidários, teria se tornado alvo dos inimigos de seu irmão.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024