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    Casos de cólera no Iêmen podem chegar a 1 mi, diz Cruz Vermelha

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    29/09/2017 13h13

    Mohammed Mohammed - 17.ago.2017/Xinhua
    SANAA, Aug. 17, 2017 (Xinhua) -- People collect drinking water from a donated water pipe amid a rapidly spreading cholera outbreak in Sanaa, capital of Yemen, on Aug. 17, 2017. The total number of suspected cholera cases in war-torn Yemen reached half a million mark since late April, the highest record since the world war II, the World Health Organization (WHO) said on Monday. (Xinhua/Mohammed Mohammed)
    Em meio a surto de cólera, Iemenitas abastecem recipientes com água potável na capital Sanaa

    Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o surto de cólera no Iêmen pode atingir um milhão de pessoas até o fim do ano.

    Até o momento, já foram registrados mais de 750 mil casos de suspeita de cólera e 2.119 mortes causadas pela doença –números provavelmente inferiores à realidade, já que grande parte da população não tem acesso a tratamento médico.

    A guerra civil –que já deixou 15,7 milhões de pessoas sem saneamento básico– é um dos principais fatores que impulsionam a epidemia no país.

    Alexandre Faite, chefe da delegação da Cruz Vermelha no Iêmen, disse que o país está "à beira de uma catástrofe".

    Ele afirmou que os funcionários de saúde não estão recebendo salários, e que, pela primeira vez, a Cruz Vermelha está fornecendo pacotes de comida às equipes médicas.

    O país, que já tinha altas taxas de desnutrição antes do conflito, passa também por uma crise de segurança alimentar. Em 2016, a foto de uma garota iemenita de 18 anos que sofria de desnutrição severa causou comoção na comunidade internacional.

    Sem previsão de término para o conflito, a população se torna cada vez mais dependente de organizações de ajuda humanitária para ter acesso a alimentos e tratamento médico.

    Abduljabbar Zeyad - 25.out.2016/Reuters
    Saida Ahmad Baghili, 18, que sofre de desnutrição severa, em hospital do Yêmen
    A foto de Saida Ahmad Baghili, que sofre de desnutrição severa, causou comoção internacional em 2016

    Iniciada em 2015, a guerra civil opõe partidários de Abd-Rabbu Mansour Hadi aos chamados "houthis", que são liderados pelo rebelde xiita Abdulmalek al-Houthi, e a membros da forças armadas que são leais ao ex-presidente, Ali Abdullah Saleh.

    Hadi ocupava a presidência até o início do conflito, em 2015. Atualmente, o controle do país é dividido entre os dois grupos. Seu governo, sediado na cidade de Aden, tem atuação limitada e é reconhecido internacionalmente como legítimo.

    Ele é apoiado por uma coalizão que inclui os Estados Unidos, o Reino Unido e a França e é liderada pela Arábia Saudita, de maioria sunita.

    Os houthis e os militares leais ao ex-presidente controlam o norte do país e a capital Sanaa. Eles são apoiados pelo Irã, cuja religião oficial é o islamismo da doutrina xiita.

    As organizações terroristas Al-Qaeda e Estado Islâmico aproveitam o momento de instabilidade política e também disputam parte do território do Iêmen. Ambas já realizaram diversos ataques no país.

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