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    Justiça determina a prisão preventiva de vice do Equador por caso Odebrecht

    DE SÃO PAULO

    02/10/2017 15h51 - Atualizado às 00h11

    A Justiça do Equador decretou nesta segunda-feira (2) a prisão preventiva do vice-presidente Jorge Glas, investigado por envolvimento no escândalo de corrupção da Odebrecht.

    Em uma audiência da Corte de Justiça de Quito, o juiz Miguel Jurado também embargou os bens e bloqueou as contas bancárias de Glas.

    O juiz atendeu a um pedido do procurador-geral do Equador, Carlos Baca, feito nesta segunda.

    "#CarlosBacaM pede a prisão preventiva para Jorge G por terem sido encontrados novos elementos de convicção na investigação por associação ilícita", informou no Twitter a Procuradoria, que participa de uma audiência na máxima corte de justiça para revisar as medidas cautelares que pesam sobre Glas, desde agosto impedido de sair do país.

    A Procuradoria, que no domingo encerrou a etapa de instrução deste milionário caso de corrupção de alcance continental, também havia solicitado a "proibição de alienar bens e a retenção de contas" do vice.

    Santiago Armas/Xinhua
    O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, é entrevistado ao deixar a Corte Nacional de Justiça
    O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, é entrevistado ao deixar a Corte Nacional de Justiça

    O procurador solicitou ainda a prisão preventiva em um centro de detenção de um tio de Glas, Ricardo Rivera, sobre quem já pesa a prisão domiciliar, por ter mais de 65 anos.

    Rivera está sob essa medida por suposto delito de associação ilícita para obter benefícios em contratos outorgados a Odebrecht.

    "#CarlosBacaM solicita prisão preventiva para Ricardo R., argumentando vulnerabilidade da prisão domiciliar e potencial risco de fuga", acrescentou a Procuradoria.

    Glas é acusado por José Conceição Santos Filho, um delator da Odebrecht, de ter recebido subornos de US$ 16 milhões da construtora por meio de Rivera.

    Segundo Santos, Glas pediu US$ 1 milhão para a campanha governista nas eleições regionais de 2014. Santos, porém, não declarou se o montante foi pago ao Aliança País, mesmo partido do ex-presidente Rafael Correa e do atual mandatário, Lenín Moreno. Na votação, a sigla obteve o comando da maioria das cidades do país.

    Há cerca de dois meses, Glas foi afastado por Lenín Moreno das funções de vice, que exercia desde 2013. Desde 2007, estava a cargo de setores estratégicos no governo de Rafael Correa.

    Em nota, Jorge Glas disse que o processo contra ele "está infestado de irregularidades" e é parte de "um plano organizado para destruir a Revolução Cidadã e [o ex-presidente] Rafael Correa".

    Também ironizou o presidente Lenín Moreno. "Parece que seus subalternos não lhe ouviram. O senhor fala que não interferirá em outras funções do Estado, mas faltou explicar a seus colaboradores que tampouco podem fazê-lo."

    Horas depois de a Justiça decretar a prisão de Glas, Moreno divulgou os sete temas que serão enviados a referendo. Dentre eles, estão o fim da reeleição indefinida, a perda vitalícia dos direitos políticos de condenados por corrupção e a reforma de um conselho de participação loteado por aliados de Correa.

    O caso Odebrecht veio à tona no Equador em dezembro do ano passado, após o Departamento de Justiça dos EUA revelar que a empresa pagou US$ 33,5 milhões a funcionários do governo equatoriano entre 2007 e 2016

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