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    Com pizza e rosquinha, arena vira refúgio para vítimas em Las Vegas

    FERNANDA EZABELLA
    ENVIADA ESPECIAL A LAS VEGAS

    03/10/2017 02h00

    Mike Blake/Reuters
    Centenas de pessoas formam fila para doar sangue às vítimas do ataque a tiros em Las Vegas
    Centenas de pessoas formam fila para doar sangue às vítimas do ataque a tiros em Las Vegas

    "Tenho 20 pizzas no carro". "Estou com o porta-malas cheio de água e comida". "Sou médico, posso ajudar?" Shawn Corr, gerente de um centro de convenções de Las Vegas, passou a manhã de segunda (2) organizando voluntários que surgiram para ajudar as vítimas do ataque a tiros nos arredores do hotel Mandalay Bay.

    "Estamos concentrando as doações e levando de carro para alguns lugares, mas já estão até recusando porque há muita coisa", disse ele.

    "Trabalhando para um espaço assim grande, sempre me bate preocupação com segurança, não tem jeito. Tinha colegas trabalhando ontem no show, mas estão todos bem", disse. "É comovente ver tanta gente vindo aqui para ajudar."

    Segundo o americano de 44 anos, entre 700 e 800 pessoas retiradas do local do massacre foram transferidas ainda na madrugada de segunda para o centro de convenções onde trabalha. Chamado Thomas & Mack Center, o espaço é conhecido por receber grandes eventos, como rodeios e outros esportes.

    Por volta das 9h de segunda, o último grupo de vítimas deixou o local em carros de aplicativos de transporte, que trabalharam de graça. Rosquinhas, café e água levados por voluntários foram distribuídos entre as pessoas que passaram a noite ali.

    "Minhas aulas da manhã foram canceladas, então resolvi vir aqui para dar alguma ajuda", disse o filipino Noel Yuson, estudante de negócios de 18 anos.

    A seu redor estavam seis carros estacionados com mantimentos no porta-malas, como salgadinhos e muitas garrafinhas de água.

    CARONAS

    A estudante americana de enfermagem Soraya R. (que não quis informar seu sobrenome), 28, chegou para ajudar com caronas e comida.

    "Tentei ir doar sangue, mas estava tudo lotado. Pediram para que eu voltasse na sexta-feira", disse ela. "Vi na internet que muitos aqui eram turistas e não tinham como retornar para seus hotéis ou para o aeroporto, então resolvi vir para dar caronas."

    Um letreiro ao lado do hotel onde estava o atirador exibia um pedido para doação de sangue. A fila para doar sangue, em um dos dois postos divulgados, chegou a ter 200 pessoas na espera.

    Dentro dos cassinos Luxor e Tropicana, vizinhos ao Mandalay, monitores e voluntários divulgavam um telefone para quem estivesse à procura de amigos ou familiares perdidos.

    Um site para levantar fundos para as vítimas coletou US$ 1,7 milhão (R$ 5,3 milhões) em dez horas, com doações de 20 mil pessoas. "O dinheiro será usado para dar consolo e suporte financeiro às vítimas e familiares deste horrendo tiroteio em massa", escreveu o criador, Steve Sisolak.

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