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    Opositores pedem deposição do vice do Equador, preso por caso Odebrecht

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/10/2017 19h35

    A oposição ao governo do Equador apresentou nesta terça-feira (3) um pedido de julgamento político de Jorge Glas, vice-presidente do país, em prisão preventiva desde segunda (2) por envolvimento no caso Odebrecht.

    A Justiça decretou a detenção ao acolher pedido da Procuradoria, que o investiga por receber propina da construtora brasileira para permitir o retorno da empresa ao país —havia sido expulsa em 2008— e por licitações de obras.

    Santiago Armas - 26.set.2017/Xinhua
    O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, é entrevistado após deixar tribunal em 26 de setembro
    O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, é entrevistado após deixar tribunal em 26 de setembro

    O documento foi iniciativa do Criando Oportunidades (Creo), partido de Guillermo Lasso, que perdeu a eleição de abril para o atual presidente, Lenín Moreno. Outras três agremiações também assinaram o requerimento.

    O legislador Fabricio Villamar, acusou a Aliança País, sigla de Glas e Moreno, de impedir no passado a fiscalização de irregularidades. Por outro lado, pediu aos governistas defensores do afastamento do vice que adiram ao pedido.

    A bancada governista, que tem 74 das 137 cadeiras, está dividida em relação ao futuro do aliado. Na sexta (29), um grupo de parlamentares tentou aprovar uma declaração pedindo a Glas a saída temporária do cargo.

    A votação, porém, terminou empatada em 61 a 61. Parte do partido defende a tese de que o aliado é alvo de uma perseguição política e que o processo contra ele é um ataque ao legado do ex-presidente Rafael Correa.

    Enquanto isso, o diretório do Aliança País em Guayas, reduto eleitoral de Glas, acusou a Justiça de ser pressionada pela imprensa e a oposição e disse não estar disposto a sacrificar o vice para proteger "um projeto político".

    INÉDITO

    É a primeira vez na história do Equador que um vice-presidente é preso ainda no cargo. Em 1995, a Justiça chegou a determinar a prisão de Alberto Dahik, mas ele fugiu do país e pediu asilo político na Costa Rica.

    Quando a Procuradoria fez a acusação formal, em agosto, Moreno afastou o vice de suas funções. Esse foi um dos motivos que azedaram a relação entre o presidente e Correa, que chamou o afilhado de "traidor".

    Além de Glas, também foi levado à cadeia Ricardo Rivera, seu tio e acusado pela Procuradoria e pelo ex-executivo da Odebrecht José Conceição dos Santos de ser o intermediário entre o vice e os representantes da empresa.

    Rivera estava em prisão domiciliar desde junho. Nas contas de Santos, a empreiteira pagou US$ 32,1 milhões às autoridades equatorianas —ele, porém, não disse qual foi o montante pago a Rivera e Glas.

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