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Wednesday, 15-Jan-2025 03:28:58 -03Google admite que russos usaram site para interferir na eleição dos EUA
DE SÃO PAULO
09/10/2017 13h20 - Atualizado às 20h37
O Google admitiu pela primeira vez que operadores russos exploraram as plataformas da empresa para interferir na eleição presidencial dos EUA de 2016, informou nesta segunda (9) o jornal "The Washington Post".
Segundo funcionários da empresa consultados pela publicação, os agentes de Moscou gastaram milhares de dólares em anúncios cujo objetivo era difundir notícias falsas e fomentar a divisão na sociedade americana, por meio de serviços como o YouTube, o Gmail e a rede de publicidade DoubleClick.
A investigação interna feita pela empresa após pressão de congressistas e da imprensa também mostra que parte dos anúncios não veio da mesma organização afiliada ao Kremlin usada para comprar espaço no Facebook -sinal de que a rede de "fake news" pode ter sido maior.
Os primeiros resultados mostram que os anúncios custaram ao menos US$ 100 mil, mas ainda não foi determinado se todos eles vieram de trolls ou se originaram de contas russas legítimas.
Funcionários do Google afirmam que a presença russa em suas plataformas foi descoberta apenas ao obter dados do Twitter. A partir daí, pôde vincular os perfis no microblog a outras contas de serviços da empresa.
A sindicância foi aberta após o Congresso dos EUA pressionar as empresas de tecnologia a determinarem de que maneira agentes russos usaram seus sistemas para influenciar a eleição que levou o republicano Donald Trump à Casa Branca.
Inicialmente o Google havia minimizado o problema da interferência russa. No mês passado, a porta-voz da empresa, Andrea Faville, disse ao jornal americano que não viram "indicações de que esse tipo de campanha publicitária tenha sido veiculado em nossas plataformas".
Também evitava o escrutínio a que o Facebook foi submetido. Em setembro a rede social revelou que mais de 3.000 anúncios foram adquiridos pelos agentes russos, ao custo de US$ 100 mil.
Alguns deles promoviam Donald Trump, o democrata Bernie Sanders e Jill Stein, a candidata presidencial do Partido Verde. Outros instigavam a divisão nos EUA, promovendo sentimentos de hostilidade a imigrantes e de animosidade racial.
O Facebook informou que esses anúncios atingiram apenas 10 milhões dos 210 milhões de usuários norte-americanos que usam seus serviços a cada mês.
O Twitter, por sua vez, informou ter fechado 201 contas associadas à Internet Research Agency. Também revelou que a conta do site noticioso RT, que a empresa vê como ligado ao Kremlin, gastou US$ 274,1 mil em sua plataforma em 2016.
O Twitter não informou quantas vezes a desinformação espalhada pelos russos foi compartilhada. A empresa também tenta mapear a relação entre as contas russas e influenciadores ligados às campanhas de Donald Trump e de outros candidatos.
Executivos do Facebook e do Twitter deporão ao Congresso americano em 1º de novembro. O Google ainda não informou se aceitará convite para fazer o mesmo.
Embora os serviços de inteligência tenham revelado a interferência russa na eleição em janeiro, as três empresas não receberam muita assistência dos agentes do governo em suas investigações.
Nesta segunda, a Microsoft informou que também investiga se os russos também compraram anúncios no Bing, seu serviço de busca, ou em outras plataformas.
Com informações do "Washington Post"
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CRONOLOGIA
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