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    Em última tentativa de separação, região foi independente por um dia

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

    11/10/2017 02h51

    A declaração de independência da Catalunha, feita nesta terça (10) e imediatamente suspensa, não tem um precedente animador.

    Em 6 de outubro de 1934, o então líder catalão Lluís Companys anunciou a separação desse território, estabelecendo uma república –por só um dia. Companys disse à multidão na praça Sant Jaume, segundo o jornal "El País":

    "Nesta hora solene, em nome do povo e do Parlamento, o governo que presido assume as faculdades do poder na Catalunha e proclama o Estado catalão da República Federal Espanhola".

    A insurreição levou a 80 mortes, e Companys foi preso, encerrando a república. Em 1940, durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975), ele foi fuzilado. O então presidente catalão representava o partido Esquerda Republicana, ao qual pertence hoje o vice-presidente catalão, Oriol Junqueras.

    A história foi lembrada na segunda (9) por Paglo Casado, vice-secretário de comunicação do Partido Popular –que governa a Espanha. Ele disse que "as declarações de independência anteriores não acabaram bem". Casado comparou o presidente catalão, Carles Puigdemont, com Companys, sugerindo que pode ter o mesmo fim. O discurso foi recebido com choque.

    "Casado diz que Puigdemont pode acabar como Companys, que foi torturado e fuzilado", escreveu Pablo Iglesias, líder da sigla de esquerda Podemos, em uma rede social. "Ou ele é ignorante, ou é um provocador."

    Já a prefeita de Barcelona, Ada Colau, exigiu que Casado pedisse desculpas ou se demitisse.

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