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    Crítica de países latinos a Maduro precisa passar à ação, diz oposicionista

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

    16/10/2017 01h59

    Carlos Garcia Rawlins/Reuters
    O vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, opositor do chavismo, fala em Caracas

    "Os outros países da América Latina podem nos ajudar mais, passando do discurso à ação", diz à Folha o vice-presidente da Assembleia Nacional, o oposicionista Freddy Guevara.

    Recém-chegado de uma turnê por Europa e EUA, ele afirma que há "um consenso por parte de líderes estrangeiros de que a Venezuela vive uma ditadura, mas que faltam medidas práticas que surtam efeito.

    "Os outros países poderiam investigar as contas secretas dos funcionários chavistas no exterior ou expor os efeitos de suas relações com o crime organizado e o narcotráfico, para obrigar que se abram investigações internacionais contra eles", observa.

    Por enquanto, segundo Guevara, apenas os EUA e o Panamá começaram a fazer isso, mas de forma "muito discreta".

    "Só declarações públicas pedindo mais diálogo não surtirão muito efeito. Nossa situação é bem mais urgente", diz o deputado, referindo-se a comunicados recentes do Mercosul e do Grupo de Lima.

    Guevara conta que a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, eleita em 2015, tem atuado com dificuldade e vem sendo ignorada pelo Executivo: "Fazemos sessões apenas quando a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) não está reunida. E, mesmo assim, só quando os militares permitem que entremos no prédio".

    De acordo com ele, os congressistas têm tentado manter sua agenda, votando e aprovando leis -que não são aplicadas. "Mas não podemos desistir e voltar para casa. Fomos eleitos pela população para isso. Se deixarmos de ir e de fazer nosso trabalho, a ANC toma nosso lugar."

    Para 2018, seu partido, o Voluntad Popular, pretende lançar a candidatura à Presidência de Leopoldo López, caso este seja libertado e reabilitado a tempo.

    Benquisto por eleitores mais jovens, Guevara não comenta a possibilidade de ele mesmo sair candidato, se o chefe de sua legenda ainda estiver impossibilitado de participar da disputa.

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