O megainvestidor George Soros, 87, disponibilizou US$ 18 bilhões (R$ 56,7 bilhões) de seu patrimônio para alimentar a Open Society Foundations, entidade fundada por ele em 1984 e que tem operações em mais de 120 países.

A contribuição —feita por décadas, mas revelada só nesta terça (17)— foi uma das maiores de um doador privado a uma única organização na história e a torna a segunda maior dos EUA, atrás da Fundação Bill e Melinda Gates.

	Luke MacGregor - 20.jun.2016/Reuters
	O magnata americano George Soros, 85, chega para participar de evento em Londres em junho de 2016

Por décadas, Soros fazia à Open Society Foundations doações anuais entre US$ 800 milhões e US$ 900 milhões. Como parte da preparação de sua herança, ele começou a aumentar as contribuições nos últimos anos.

O valor total do fundo da entidade foi informado inicialmente pelo jornal "The Wall Street Journal". A previsão é que o bilionário transfira mais US$ 2 bilhões (R$ 6,3 bilhões) aos cofres da organização nos próximos anos.

Embora o dinheiro esteja à disposição da Open Society, não há disposição da fundação em aumentar suas operações e os recursos estão sob controle do Soros Fund Management, a empresa familiar do megainvestidor.

A revelação sobre os recursos deve levar a novas críticas sobre as atividades da Open Society e a intenção política do bilionário, que financiou a campanha de Hillary Clinton em 2016 e virou um para-raio de militantes de direita.

Nos últimos anos, as atividades da organização cresceram nos Estados Unidos, investindo em programas para proteger homossexuais e reduzir a violência policial —dois dos principais temas que dividem a sociedade americana.

Também financiou centros de tratamento na epidemia de ebola de 2014, uma casa de cultura e arte cigana e medidas para proteger os americanos do que chamou de "uma onda nacional de crimes de ódio" após a eleição de 2016, vencida por seu desafeto Donald Trump.

O site Breitbart, ligado ao ex-estrategista-chefe de Trump Steve Bannon, acusou o investidor de transformar a Irlanda "em um país pró-aborto" e de enfraquecer o controle dos países na Europa sobre suas fronteiras.

A mesma acusação foi feita pelo governo de sua Hungria natal. O primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban começou uma campanha contra Soros e sua fundação "por incentivar a imigração ilegal e ser uma ameaça à segurança".

O país foi o primeiro em que o bilionário abriu a Open Society em 1984. Nascido em 1930, ele cresceu no país, que foi dominado pelo nazismo, e em 1947 mudou-se para Londres e depois Nova York, onde fez sua fortuna.