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    Mianmar autoriza que ONU distribua comida em região dos rohingyas

    DA REUTERS

    27/10/2017 09h37

    O governo de Mianmar concordou nesta sexta-feira (27) em autorizar que a ONU distribua alimentos na região norte do Estado de Rakhine, onde vive a minoria rohingya.

    A distribuição de comida pela organização foi suspensa há dois meses na região já que os agentes não conseguiam acesso ao local —o centro do Estado continuou a receber alimentos normalmente.

    Os dois lados ainda negociam os detalhes da medida. A autorização ocorre no mesmo dia em que a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) disse que as crianças rohingyas refugiadas chegam a Bangladesh "perto da morte" pela falta de comida.

    O Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês) da ONU distribuía alimentos para 110 mil pessoas no norte de Rakhine, incluindo aí tanto rohingyas quanto budistas.

    A região vive um conflito desde o fim de agosto, quando rebeldes rohingyas atacaram postos policiais, o que levou o Exército birmanês a iniciar uma operação contra a minoria e fechar o acesso a região. Com isso, mais de 600 mil membros da minoria fugiram para o vizinho Bangladesh.

    A ONU classificou a ação de de Mianmar como uma "limpeza étnica".

    O WFP recebeu luz verde para retornar a operação de fornecimento de alimento na parte norte de Rakhine. Estamos trabalhando com o governo para coordenar os detalhes", disse a porta-voz do programa, Bettina Luescher, em Genebra.

    Segundo ela, ainda não há uma previsão de quando a distribuição voltará a ser feita."Precisamos ver como está a situação no local. É difícil fazer uma previsão se você não consegue estar lá", disse ela.

    A Unicef disse que a falta de acesso a região devido a violência impediu que 4.000 crianças fossem tratadas por desnutrição.

    Segundo a agência, das 60 mil crianças rohingyas que chegaram a Bangladesh, 9.000 estavam desnutridas, sendo 2.000 com desnutrição severa.

    "Isso mostra que algumas dessas crianças estão perto da morte no momento que chegam a fronteira [entre Mianmar e Bangladesh]", disse a porta-voz da Unicef, Marixie Mercado.

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