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    Acusado de estupro, filósofo suíço Tariq Ramadan é afastado de Oxford

    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    07/11/2017 18h59

    A Universidade de Oxford, uma das mais tradicionais do Reino Unido, anunciou nesta terça (7) que o filósofo suíço Tariq Ramadan se licenciou de seu cargo de professor de estudos islâmicos contemporâneos após duas mulheres abrirem queixas de estupro contra ele na França.

    "A universidade reconheceu a gravidade das alegações contra o professor Ramadan, ao mesmo tempo em que enfatizou a importância do equilíbrio e dos princípios da justiça e do direito ao devido processo", afirma a instituição em comunicado.

    Stefan Wermuth - 27.jun.17/Reuters
    O filósofo suíço Tariq Ramadan participa de evento em mesquita em Nantes (França), em 2010

    "A licença, de comum acordo, indica que não há presunção nem aceitação da culpa e permite ao professor Ramadan tratar das alegações extremamente sérias que pesam contra ele."

    O acadêmico de 55 anos, nascido em Genebra, é neto de Hasan al Banna (1906-1949), fundador da Irmandade Muçulmana, grupo político egípcio de influência transnacional no Oriente Médio.

    Ele nega as alegações, uma delas feita em outubro pela escritora feminista francesa Henda Ayari, que disse ter sido estuprada pelo professor em um quarto de hotel durante uma convenção muçulmana em Lyon, em 2012.

    O filósofo, que agora processa a escritora por difamação, também foi citado em uma queixa de estupro registrada em Lyon em 2009, segundo jornais franceses.

    DENÚNCIAS

    Denúncias de abuso e assédio sexual têm se acumulado nas últimas semanas desde que o produtor de Hollywood Harvey Weinstein foi acusado por diversas mulheres.

    Os casos chegaram à política europeia, especialmente no Reino Unido, onde dois ministros já renunciaram.

    O ex-secretário da Defesa, Michael Fallon, deixou o cargo após ser acusado de assédio por ter posto a mão no joelho de uma jornalista reiteradas vezes sem o consentimento dela. O caso ocorreu há 15 anos, mas voltou à tona na imprensa britânica na semana passada, levando à renúncia de Fallon.

    O ex-ministro escocês da Infância, Mark McDonald, renunciou no último sábado (4) após admitir "comportamento inapropriado" com mulheres.

    Já o secretário de Comércio Exterior, Mark Garnier, é investigado porque teria pedido, quando era deputado, que sua secretária lhe comprasse vibradores.

    Na Áustria, o deputado antissistema Peter Pilz também renunciou após uma jovem o acusar de tê-la assediado em 2013. "Suas mãos estavam em todas as partes", disse ela à revista "Falter".

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