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    EUA retomam restrições de viagem e relações comerciais com Cuba

    KAREN DEYOUNG
    DO "WASHINGTON POST"

    09/11/2017 00h13

    O governo dos EUA ampliou nesta quarta (8) as restrições a viagens e a relações comerciais de americanos com Cuba, como parte da intenção de Donald Trump de reverter a reaproximação promovida por Barack Obama.

    Sob as novas regras, a maioria das visitas individuais à ilha não serão mais permitidas. Assim como antes da retomada das relações diplomáticas, elas só serão possíveis por meio de grupos autorizados pelo governo.

    Yamil Lage/AFP
    Bicitáxi enfeitado com a bandeira dos EUA passa por praça de Havana
    Bicitáxi enfeitado com a bandeira dos EUA passa por praça de Havana

    Os americanos também serão impedidos de se hospedar em hotéis e frequentar restaurantes, lojas e outros negócios cujos donos ou acionistas sejam considerados pelo Departamento de Estado membros do regime cubano, principalmente das forças de segurança do país.

    Segundo membros do governo americano, a intenção de Trump é minar o poder financeiro dos militares para forçar a ditadura de Raúl Castro a promover maior liberdade econômica aos cubanos.

    As novas regras, que entram em vigor nesta quinta (9), também restringem o intercâmbio com 180 empresas da lista do Departamento de Estado. Não serão afetados viagens e contratos assinados sob as normas antigas.

    As relações diplomáticas com Cuba haviam sido retomadas em 2015 por Obama. Logo depois, o democrata reduziu as restrições a relações comerciais e visitas à ilha.

    Mas a reaproximação é criticada por Trump, que prometeu na campanha eleitoral acabar com o acordo. Ele havia assegurado que anunciaria as restrições em discurso à diáspora cubana em junho.

    "Não queremos que os dólares americanos alimentem um monopólio militar que explora e abusa dos cidadãos cubanos", disse à época.

    Embora a intensificação das relações comerciais tenha ficado aquém do esperado, as medidas de Obama permitiram que diversas empresas assinassem contratos em Cuba e que o número de viagens de americanos à ilha crescesse exponencialmente.

    Collin Laverty, que organiza viagens educacionais ao país caribenho, disse que as restrições revelam a hipocrisia de Trump em relação a Cuba "no momento em que ele se reúne com os líderes comunistas de China e Vietnã".

    "Isso serve para agradar uma minoria decadente do sul da Flórida, prejudicando trabalhadores e famílias americanas e cubanas."

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