O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, impôs como exigência no diálogo com a oposição que seus adversários peçam aos EUA o fim das sanções que impedem a renegociação dos títulos da dívida pública do país e da petroleira estatal PDVSA.
Em discurso nesta quinta-feira (16), o mandatário disse esperar que se chegue a um acordo de "eleições presidenciais com garantias econômicas", incluindo acabar com as punições e o que chamou de "perseguição financeira".
Presidência da Venezuela/Xinhua | ||
Ao lado da mulher, Cilia Flores, Nicolás Maduro saúda seguidores em evento em Maiquetía |
"Que se comprometam a exigir que levantem as medidas que proíbem cidadãos estadunidenses a negociar a nova dívida pública", afirmou. "Assim faríamos umas eleições presidenciais talvez no final do ano que vem com tranquilidade econômica."
A Venezuela foi declarada nesta semana pelas agências de classificação de risco em calote parcial depois que atrasou o pagamento dos juros dos títulos públicos.
O regime chegou a se reunir com os credores para uma renegociação, mas não houve acordo. Analistas dizem que um dos empecilhos é a punição a quem tentar fazer um acordo —cidadãos e empresas americanos e canadenses têm 70% dos títulos.
As declarações são feitas enquanto membros do regime e da oposição se reuniam na República Dominicana para retomar a negociação —o próximo encontro está marcado para 1º e 2 de dezembro.
A negociação será feita em Santo Domingo e terá, além dos dominicanos, o acompanhamento de Chile, Paraguai, México, Nicarágua e Bolívia.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) disse que só retomou o diálogo porque o regime concordou com a participação dos três primeiros, com governos críticos a Maduro.
Eles retomaram demandas como libertação dos presos, a entrada de ajuda humanitária e eleições livres com órgão eleitoral independente.