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    Argentina lança operação de busca e resgate de submarino desaparecido

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    18/11/2017 10h57 - Atualizado às 19h13

    Armada Argentina/Reuters
    The Argentine military submarine ARA San Juan and crew are seen leaving the port of Buenos Aires, Argentina June 2, 2014. Picture taken on June 2, 2014. Armada Argentina/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. ORG XMIT: BAS01
    O submarino argentino ARA San Juan, desaparecido no quarta, deixa o porto de Buenos Aires

    A Marinha da Argentina lançou nesta sábado (18) uma operação de resgate, envolvendo duas corvetas e aviões de patrulha marítima, para buscar um submarino com 44 tripulantes que está desaparecido desde a manhã de quarta.

    O ARA San Juan estava em um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima argentina a cerca de 400 km a leste de Puerto Madryn, na Patagônia (sul do país). Ele se dirigia de volta à sua base em Mar del Plata, ao norte, quando as comunicações foram interrompidas.

    A operação de emergência foi formalmente atualizada para um procedimento de busca e resgate na noite desta sexta-feira (17), depois que nenhum contato visual ou radar foi feito com o submarino, informou o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi.

    "A detecção tem sido difícil apesar da quantidade de barcos e aeronaves" envolvidos na busca, disse Balbi, observando que ventos fortes e altas ondas estão complicando as buscas.

    Há relatos na imprensa local de que houve um incêndio nas baterias do barco, mas a Marinha argentina não confirma a informação. Nesta sexta, houve um boato de que o barco havia sido encontrado, mas ele foi negado pelo porta-voz da Marinha.

    "Esperamos que esteja na superfície", disse Balbi.

    O San Juan foi completado em 1985, e passou por uma longa revisão para lhe dar mais 30 anos de vida útil que acabou em 2013.

    O presidente argentino, Mauricio Macri, disse que o governo estava em contato com as famílias da equipe.

    "Nós compartilhamos sua preocupação e a de todos os argentinos", escreveu no Twitter.

    Armada Argentina/Ministerio da Defesa
    ARGENTINA, 18.11.2017, Aviao Hércules C130 realiza vôos de exploração na área de operações para procurar o submarino Ara desaparecido a quatro dias.Credito Armada Argentina / Ministerio da Defesa
    Imagem das buscas, em avião, pelo submarino argentino

    "Estamos comprometidos em usar todos os recursos nacionais e internacionais necessários para encontrar o submarino ARA San Juan o mais rápido possível".

    As autoridades argentinas evitam usar o termo "perdido" ou "desaparecido".

    "A última informação oficial e confiável é de que o submarino ainda não foi encontrado. Não é que esteja perdido: para estar perdido, você tem de procurá-lo e não encontrá-lo", afirmou Balbi.

    AJUDA ESTRANGEIRA

    A Argentina aceitou ajuda dos Estados Unidos, que enviarão o avião explorador da NASA P-3, que estava estacionado na cidade do sul de Ushuaia e se preparava para partir para a Antártica.

    O Reino Unido também ofereceu apoio nas buscas pelo ARA San Juan e disponibilizou um avião Hércules que opera nas ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos).

    Outros países que se manifestaram ajuda ao governo argentino foram Brasil, Uruguai, Chile, Peru, e África do Sul, que também ofereceu assistência formal, segundo informações do jornal argentino "Clarín".

    A circunstância evoca uma tragédia ocorrida no ano 2000, quando o submarino nuclear russo Kursk sofreu uma explosão no seu compartimento de armas e afundou no mar de Barents -os 118 tripulantes morreram, muitos por asfixia.

    O San Juan foi completado em 1985, e passou por uma longa revisão para lhe dar mais 30 anos de vida útil que acabou em 2013.

    A Marinha argentina, como suas Forças Armadas de forma geral, passam por um processo de degradação acelerada há muitos anos.

    Possui 11 navios principais de superfície, 3 submarinos, 16 embarcações de patrulha costeira, entre outros.

    Segundo avaliação do anuário "Balanço Militar", do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, de Londres, o país pode ter um incremento em sua capacidade militar sob o governo de Mauricio Macri, mas isso ainda é incerto.

    O gasto com defesa em 2016 foi de 0,92% do PIB -o Brasil gastou no período 1,4% do PIB, mas o número camufla fatos como o de que 73% do valor foi para pagamento de pessoal.

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