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    Primeiro-ministro libanês confirma que regressará a Beirute na quarta

    DA AFP

    18/11/2017 21h50

    Bertrand Guay/AFP
    French President Emmanuel Macron (R) welcomes Lebanese Prime Minister Saad Hariri at the Elysee Presidential Palace on November 18, 2017 in Paris. Hariri is in Paris at the invitation of France's President who is attempting to help broker a solution to a political crisis that has raised fears over Lebanon's fragile democracy. / AFP PHOTO / BERTRAND GUAY
    O presidente francês Emmanuel Macron (à dir.) recebe o primeiro-ministro libanês Saad Hariri

    O primeiro-ministro libanês demissionário, Saad Hariri, confirmou neste sábado (18), em Paris, que voltará a Beirute para a festa nacional do país, em 22 de novembro, e falará sobre sua situação política.

    "Voltarei a Beirute nos próximos dias", declarou Hariri depois de se reunir com o presidente francês Emmanuel Macron.

    "Participarei das celebrações de nossa independência e darei a conhecer minha posição sobre todos os temas", acrescentou.

    Agradeceu pelo apoio da França e seu presidente. "A França demonstrou mais uma vez a grandeza de seu papel no mundo e na região. Prova de seu afeto pelo Líbano e sua estabilidade", acrescentou.

    Macron recebeu Hariri no palácio presidencial do Eliseu para uma reunião seguida de um almoço.

    Hariri foi recebido com as honras de um primeiro-ministro poucas horas depois de sua chegada à França procedente de Riad, onde em 4 de novembro anunciou sua demissão.

    Macron saudou Hariri, de 47 anos, e os dois posaram sorridentes para os fotógrafos presentes.

    A esposa de Hariri, Lara, e seu filho mais velho se reuniram com eles para um almoço com Macron e com a primeira-dama francesa Brigitte, segundo a imprensa.

    Antes de receber Hariri, Macron falou por telefone com o presidente libanês Michel Aun, que "agradeceu pela ação da França em favor do Líbano", segundo afirmou o Eliseu.

    Após o encontro, a presidência francesa reforçou sua vontade de "contribuir para acalmar as tensões na região".

    O presidente Macron "continuará tomando todas as iniciativas necessárias para a estabilidade do Líbano", afirmou o Eliseu.

    Paris planeja reunir o grupo internacional de apoio ao Líbano "em função da evolução da situação", acrescentou a presidência, informando que ainda não há definição de data.

    Mais tarde, o Eliseu informou que Macron conversou por telefone sobre "a situação no Oriente Médio" com seus homólogos americano e egípcio, Donald Trump e Abdel Fateh Al Sissi, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, e com o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres.

    O presidente libanês, Michel Aun, também confirmou que Saad Hariri "estará em Beirute em 22 de novembro, dia da festa nacional".

    A França, ex-potência mandatária do Líbano, convidou Hariri e sua família para passar alguns dias em Paris e assim resolver a situação criada por sua demissão.

    Antes de abandonar Riad, Hariri conversou com o homem forte do reino saudita, o príncipe herdeiro Mohamed bin Salmán, segundo confirmou uma fonte ligada a Hariri.

    Desde o anúncio de sua renúncia, a permanência de Hariri na Arábia Saudita e o fato de não regressar ao Líbano para formalizar a demissão ao presidente da República provocaram diversas especulações.

    Aun chegou a dizer que Hariri era "refém" em Riad.

    Em meio à polêmica, a Arábia Saudita chamou para consultas seu embaixador em Berlim para protestar contra declarações do ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, que também sugeriu a permanência de Hariri no país contra sua vontade.

    O presidente libanês foi eleito em 2016 graças ao apoio do Hezbollah xiita, rival de Hariri.

    Sua eleição abriu o caminho para que Hariri fosse nomeado primeiro-ministro novamente (tinha sido a primeira vez de novembro de 2009 a junho de 2011) e formasse um governo de coalizão com o Hezbollah e outras partes libanesas.

    Dois meses depois, o governo foi estabelecido graças a um compromisso.

    Saad Hariri, um protegido de Riad, justificou sua renúncia pelos desmandos do Irã e do Hezbollah em seu país.

    A renúncia de Hariri foi interpretada como uma nova disputa entre a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita. As duas potências do Oriente Médio já se enfrentam em outros assuntos regionais, como nas guerras no Iêmen e na Síria.

    A crise também coincidiu com uma ofensiva contra a corrupção que levou à prisão vários príncipes, ministros e magnatas sauditas, uma purga sem precedentes no reino.

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