O nome Trump em letras douradas vai sumir de mais uma fachada que estampa em Nova York depois que o grupo empresarial do presidente dos EUA pediu para abandonar a parceria por trás de um hotel de luxo no SoHo, um dos bairros mais descolados e caros da cidade.

Desde as eleições do ano passado, o hotel tem sofrido com a baixa frequência e chegou a cortar preços dos quartos para não ficar vazio. A decisão da família Trump de deixar o negócio vem depois que o Koi, o restaurante oriental do lugar, também decidiu fechar suas portas em abril.

Propriedade do CIM, grupo de investimento da Califórnia, a torre de 46 andares não pertence aos Trump, mas eles tinham de cobrir parte das operações e garantir um patamar de faturamento, meta que não estavam batendo.

Além dos problemas financeiros, os Trump enfrentaram um processo de moradores que compraram apartamentos no prédio. Eles acusavam o presidente e seus filhos de inflar os valores dos imóveis.

O envolvimento de Felix Sater, um criminoso russo que teria financiado parte da operação, também levantou suspeitas e atrapalhou o desenvolvimento do projeto.

Desde que a construção do hotel foi anunciada, manifestantes protestaram dizendo que a altura do prédio violava leis de zoneamento. Um operário também morreu durante as obras quando despencou da altura do 42º piso.

O Trump SoHo, anunciado com alarde há 11 anos em "O Aprendiz", reality show comandado pelo agora presidente, não é o primeiro negócio dos Trump a sofrer reveses na ressaca de sua eleição.

Dias depois de sua vitória na corrida à Casa Branca, moradores do Trump Place, um de seus prédios no Upper West Side nova-iorquino, entraram na Justiça pedindo a remoção do nome do presidente de todas as fachadas.

O caso do Trump SoHo engrossa a lista de hotéis em crise. Em junho deste ano, o Trump International Hotel and Tower de Toronto anunciou que removeria o nome do presidente de seu letreiro.

Desde que Trump foi eleito, o faturamento de seus hotéis e negócios imobiliários diminuiu 3% —neste ano, eles renderam US$ 597 milhões.