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    Ex-ditador do Zimbábue, Mugabe recebeu imunidade para renunciar

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
    DE SÃO PAULO

    23/11/2017 11h12 - Atualizado às 19h42

    O ex-ditador do Zimbábue Robert Mugabe, 93, recebeu imunidade de processos judiciais e garantias de que sua segurança será preservada, como parte do acordo que levou à sua renúncia, anunciada na última terça-feira (21).

    Em entrevista à agência de notícias Associated Press, o chefe da União Nacional Africana Zimbabuana (Zanu-PF), Lovemore Matuke, disse que enviar o mandatário aos tribunais nunca fez parte dos planos do partido do regime.

    "Ele está seguro, sua família está segura e sua condição de herói do país está garantida. O que pedimos foi a renúncia ou o impeachment."

    Ao jornal britânico "The Guardian", o deputado Ziyambi Ziyambi afirmou que Mugabe e sua mulher, Grace, 52, terão os mesmos benefícios de um ex-presidente.

    Membros do governo disseram à agência de notícias Reuters que o ex-mandatário deseja morrer no país, motivo pelo qual colocou como condição da renúncia a manutenção de sua segurança.

    Mugabe não se manifestou oficialmente desde o fim de semana, quando havia dito que não pretendia renunciar.

    Nesta quinta, zimbabuanos circularam nas redes sociais uma foto do ex-ditador e da mulher sentados em um sofá, ao lado de assessores.

    Nela, Mugabe está com os olhos fechados e Grace aparece com cara de prostração. Não se pôde verificar, porém, a data e as condições em que foi feita a imagem.

    Um dos líderes mais longevos e duradouros da África pós-colonial, Mugabe comandava o Zimbábue desde 1980. Sua renúncia veio depois que o Exército tomou o poder do país e o partido que ajudou a criar se voltou contra ele.

    A principal causa do levante foi a deposição do vice, Emmerson Mnangagwa, 75, apoiado pelos militares e a ala majoritária do Zanu-PF, para favorecer sua mulher em uma futura sucessão.

    Mnangagwa deverá assumir o comando do Zimbábue nesta sexta (24). Pelo protocolo, Mugabe poderia até participar da cerimônia de posse, prevista para ocorrer um estádio de Harare, mas isso não foi confirmado até o momento.

    Em comunicado nesta quinta, o novo dirigente pediu aos zimbabuanos que não tenham qualquer reação vingativa contra o ex-ditador.

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