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    Merkel quer novo governo com o SPD 'rapidamente'

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/11/2017 16h26 - Atualizado às 09h23

    Axel Schmidt/Reuters
    German Chancellor Angela Merkel attends a meeting of the CDU/CSU parliamentary group at the Bundestag in Berlin, Germany, November 20, 2017. REUTERS/Axel Schmidt ORG XMIT: PKPCDU01
    A chanceler Angela Merkel, em encontro de seu grupo partidário no Parlamento, em Berlim, na segunda

    Em meio à pior crise política dos últimos anos na Alemanha, a chanceler do país, Angela Merkel, afirmou neste sábado (25) que quer formar um novo governo "muito rapidamente" com o SPD (Partido Social-Democrata). Na sexta-feira (24), a sigla afirmou que estava considerando formar uma coalizão com a CDU (União Democrata-Cristã, o partido de Merkel) depois de ter rejeitado essa hipótese após as eleições no fim de setembro.

    Nos últimos dias, uma série de negociações frustradas colocaram em xeque o quarto mandato de Merkel como chanceler. Após várias rodadas de conversas, a alemã não conseguiu formar um governo que incluísse o seu partido, a CSU (legenda-irmã da primeira na Baviera), os liberais do FDP e os Verdes para chegar a uma maioria no governo.

    Com poucas opções, Merkel vê com bons olhos uma aliança com o SPD, tradicionalmente rival da CDU, mas que fez parte da coalizão governista em duas ocasiões, de 2005 e 2009 e de 2013 a 2017, em governo que era chamado de "grande coalizão".

    "A Europa precisa de uma Alemanha forte e, por isso, é desejável formar um novo governo muito rapidamente", disse Merkel durante discurso a representantes regionais de seu partido em Kühlungsborn, no nordeste da Alemanha.

    Após o resultado das eleições há dois meses, marcada pela ascensão do partido Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), de extrema-direita, o SPD anunciou sua intenção de passar à oposição para se fortalecer politicamente.

    Apesar do distanciamento entre o partidos, Merkel disse que as negociações com o SPD devem se desenvolver "baseadas no respeito mútuo".

    "Trabalhamos bem juntos", disse a chanceler. Ela disse que, sob a "grande coalizão", a Alemanha gozava do mercado de trabalho mais forte e de um orçamento equilibrado.

    Na próxima quinta-feira (30), Merkel vai se reunir com o líder do SPD, Martin Schulz, para discutir a possível aliança.

    As negociações não serão fáceis. Merkel já declarou que seu objetivo é manter as finanças do país em ordem, cortar impostos e expandir a infraestrutura digital. Em um aceno a seus aliados conservadores do CSU, ela prometeu limitar a 200 mil por ano os migrantes entrando na Alemanha.

    Isso pode ser difícil para o SPD engolir. "Um limite (no número de migrantes) vai contra a Constituição e a Convenção de Genebra. Com o SPD, não haverá limite para familiares que queiram vir se reunir aos solicitantes de refúgio", disse Ralf Stegner, vice-líder do SPD.

    NOVAS ELEIÇÕES

    Na segunda (20), Merkel chegou a dizer que prefere uma nova eleição a liderar um governo de minoria. Em outra entrevista, entretanto, ela afirmou se sentir pronta para atuar por mais quatro anos como primeira-ministra.

    Neste sábado, a chanceler voltou a rejeitar a possibilidade de novas eleições. "Acho totalmente errado pedir aos eleitores para que votem novamente", disse.

    Sem mencionar a opção de um governo minoritário, Merkel disse que, apesar de fracassos nas negociações, agora quer "olhar para frente".

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