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    Morales diz que oposição dos EUA o motivou a buscar 4º mandato

    DA REUTERS

    30/11/2017 15h15 - Atualizado às 18h11

    Presidência da Bolívia/AFP
    O presidente da Bolívia, Evo Morales, em evento em Santa Cruz
    O presidente da Bolívia, Evo Morales, em evento em Santa Cruz

    O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta quinta-feira (30) que a oposição dos EUA o convenceu a concorrer a um quarto mandato em 2019, dois dias depois que o Tribunal Constitucional boliviano derrubou os limites atuais de no máximo dois mandatos presidenciais consecutivos no país sul-americano.

    Os EUA disseram que estavam "profundamente preocupados" com a decisão de terça-feira da corte.

    "Eu não estava tão determinado; agora estou", disse Morales em um evento público na região de Cochabamba, no centro da Bolívia. "Serei candidato, irmãs e irmãos, em 2019."

    A decisão do tribunal é final e não pode ser apelada. Com isso, Morales pode chegar a 19 anos no poder.

    Grupos contrários à reeleição de Morales planejavam um segundo dia de protestos nesta quinta-feira. Manifestantes quebraram janelas e incendiaram móveis do escritório eleitoral da cidade de Santa Cruz de la Sierra na noite de quarta-feira (29), segundo imagens de TV.

    Morales, ex-cocaleiro no poder desde 2006, havia aceitado o resultado de um referendo em 2016 em que 51% dos eleitores rejeitaram sua proposta de acabar com limites aos mandatos presidenciais. Ele depois mudou de opinião, afirmando que, embora estivesse deixando o poder, seus simpatizantes queriam que ele permanecesse.

    Os EUA desmentem essa versão.

    "Duas vezes na última década o povo boliviano expressou sua oposição ao conceito da reeleição indefinida para autoridades eleitas; primeiro em 2009, através de seu voto arrasada a favor da atual Constituição, e depois no referendo de 2016, quando eles rejeitaram uma iniciativa para derrubar uma provisão constitucional que impõe o limite de dois mandatos sobre o presidente", disse uma nota do Departamento de Estado.

    O governo de Morales rejeitou as críticas americanas. "Parece que eles estão tentando nos dizer quem nossos candidatos devem ser", afirmou o ministro da Presidência, Rene Martínez.

    Segundo Martínez, forças políticas de direita na Bolívia se aliaram com os EUA e a OEA para impedir que Morales concorra à Presidência do país novamente.

    Historicamente instável, Bolívia gozou de um período de relativa calma e prosperidade sob Morales, o primeiro presidente indígena do país. O índice de aprovação do presidente gira em torno dos 50%.

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