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    Em Bangladesh, papa Francisco alerta para o 'terrorismo da fofoca'

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    02/12/2017 08h37

    O papa Francisco visitou neste sábado (2) um abrigo para órfãos, mães solteiras e idosos em Dacca, como parte de seu último dia de viagem a Bangladesh.

    A instituição foi fundada nos anos 1970 por Madre Teresa para acolher mulheres que engravidaram após serem estupradas por soldados paquistaneses durante a guerra de independência do país. Madre Teresa foi canonizada em 2016.

    Em um discurso improvisado, o papa pediu a padres e freiras que atentassem para os perigos do "terrorismo da fofoca".

    "Quantas comunidades religiosas já foram destruídas por causa do espírito da fofoca? Por favor, mordam a língua", disse.

    A fala foi considerada uma opção leve para encerrar uma viagem marcada por tensões.

    Na sexta-feira (1º), Francisco se reuniu na capital de Bangladesh com 18 refugiados da minoria muçulmana rohingya. Foi a primeira vez que o papa se referiu a eles pelo nome desde o início de sua viagem à Ásia.

    "A presença de Deus hoje também se chama rohingya", declarou ao término do encontro com os muçulmanos que fugiram da onda de violência em Mianmar, país vizinho e de maioria budista.

    "Deixe-nos continuar a fazer a coisa certa e a ajudá-los. Vamos continuar a trabalhar para garantir que seus direitos sejam reconhecidos", disse o papa. "Não deixemos que nossos corações se fechem, não vamos virar o rosto", acrescentou.

    Até então, Francisco não havia mencionado a palavra "rohingya". O Vaticano temia que isso pudesse motivar ataques contra cristãos em Mianmar.

    Mais de 620 mil rohingya fugiram para Bangladesh desde o fim de agosto. A ONU e os EUA acusam o Exército birmanês de fazer uma "limpeza étnica" contra o grupo.

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