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    Rebeldes dizem ter matado ex-presidente do Iêmen em ataque

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    04/12/2017 11h46 - Atualizado às 22h27

    Mohammed Huwais/AFP
    Rebeldes do lado de fora da casa do ex-presidente Saleh, em Sanaa, no Iêmen
    Rebeldes do lado de fora da casa do ex-presidente Saleh, em Sanaa, no Iêmen

    O ex-ditador do Iêmen Ali Abdallah Saleh foi morto nesta segunda (4) por rebeldes houthis, ao sul da capital daquele país, Sanaa.

    A informação, inicialmente divulgada pelos houthis, ligados ao governo do Irã, foi confirmada por correligionários de Saleh no Congresso Geral do Povo e pela rede de TV saudita Al Arabiya.

    O comboio do ex-mandatário, que tinha 75 anos, teria sido atacado com granadas e, em seguida, a tiros. O secretário-geral do partido de Saleh, Yasser al-Awadi, também morreu.

    "O Ministério do Interior [controlado pelos rebeldes] anuncia o fim da milícia da traição e a morte de seu líder [Ali Abdallah Saleh] e de alguns de seus elementos criminosos", noticiou o canal dos houthis, Al Massirah.

    Fotos e vídeos, aparentemente feitos por rebeldes, circulavam nas redes sociais antes do anúncio, mostrando um corpo que parecia ser o do ex-presidente com um corte profundo atrás da cabeça.

    Um vídeo mostra essa pessoa sendo carregada em um cobertor florido, rosto imóvel e camisa ensanguentada.

    Ali Abdallah Saleh presidiu o Iêmen por 33 anos antes de dobrar-se à pressão das ruas (eram tempos de Primavera Árabe) e ceder o poder em 2011 a Abdo Rabbo Mansour Hadi.

    Em 2014, ele se aliou aos rebeldes houthis, que são xiitas e têm apoio do Irã, para assumir o controle de Sanaa.

    Nos últimos dias, porém, Saleh havia mudado de lado novamente, fazendo gestos de reaproximação com o governo da Arábia Saudita, de maioria sunita, e anunciando o rompimento da aliança com os rebeldes, que o ameaçaram de morte.

    A crise entre Saleh e os houthis pelo controle das finanças e do poder, intensificada por suspeitas de contatos secretos entre o ex-presidente e Riad, piorou a situação na capital iemenita, que eles controlavam juntos havia mais de três anos.

    Os combates entre esses ex-aliados deixaram pelo menos 125 mortos e 238 feridos nos dois lados desde a quarta-feira (29) passada, de acordo com a Cruz Vermelha.

    Segundo Jamie McGoldrick, coordenador da missão humanitária da ONU no país, Sanaa virou um cenário de guerra nos últimos dias. A Arábia Saudita, que é aliada do presidente Hadi, faz ataques aéreos contra os rebeldes huthis.

    Há muitas vias bloqueadas e tanques espelhados pela cidade, o que encurrala a população civil e dificulta a chegada de ajuda humanitária vital —como a de purificadores de água. Na segunda, os voos que levam suprimentos até Sanaa foram suspensos.

    Diante do cenário, as Nações Unidas fizeram um apelo por uma "pausa humanitária" de seis horas na terça (5), a fim de deslocar civis para áreas seguras e dar continuidade aos programas de atendimento emergencial.

    Em discurso transmitido pela Al Arabiya, o atual presidente do país, Hadi, convocou a população a enfrentar os houthis.

    Editoria de Arte/Folhapress
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