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    Malta prende 10 suspeitos por assassinato de jornalista

    DE SÃO PAULO

    04/12/2017 12h43 - Atualizado às 22h11

    A polícia de Malta prendeu dez suspeitos pelo assassinato da jornalista Daphne Caruana Galizia, aanunciou o premiê Joseph Muscat nesta segunda-feira (4), quase dois meses após seu assassinato em um carro-bomba.

    Todos os suspeitos são malteses, e a maioria tem ficha criminal, acrescentou Muscat. A polícia tem 48 horas para interrogá-los, indiciá-los ou soltá-los. "As buscas continuam acontecendo", anunciou.

    Darrin Zammit Lupi/Reuters
    A jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia
    A jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia

    Matthew, filho de Galizia e também repórter, afirmou ao jornal britânico "Guardian" que sua família estava "no escuro" sobre as prisões e não havia recebido nenhuma informação além de um telefonema da promotoria dizendo que prisões a imprensa foi notificada sobre a operação.

    Em um evento distinto, o comissário de polícia de Malta, Lawrence Cutajar, se recusou a responder perguntas sobre as prisões. A operação que culminou nas detenções foi considerada a maior já ocorrida no pequeno país de 437 mil habitantes e se estendeu pelas reegiões de Marsa, Zebbug e St Paul's Bay.

    Uma parte do porto de Marsa foi isolada, e cães farejadores foram usados para fazer buscas nos edifícios.

    DENÚNCIAS

    Galizia, 53, foi assassinada em 16 de outubro quando deixava sua casa em Mosta, perto da capital de Malta, Valletta. Uma bomba foi colocada em seu carro, que explodiu enquanto ela dirigia.

    A jornalista mantinha o blog Running Commentary, no qual publicava textos sobre suas investigações de casos de corrupção envolvendo uma série de políticos locais de diferentes correntes.

    Ela também participava das investigações internacionais conhecidas como Panama Papers —a revelação de uma série de documentos sobre contas offshore, parte delas objeto de fraude e sonegação fiscal, que faziam parte do arquivo do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca.

    Vários políticos e figurões malteses, entre eles Michelle Muscat, mulher do premiê, e ministros, foram citados na investigação.

    Nos nove meses que antecederam seu assassinato, Galizia enfrentou 36 processos de difamação em Malta.

    Seu assassinato chocou o país e causou preocupações na União Europeia sobre a impunidade e o Estado de Direito na ilha, que integra o bloco econômico.

    O FBI, principal polícia federal dos EUA, participa das investigações do assassinato.

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