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    Emenda que dá ao Parlamento direito de vetar acordo do 'brexit' é aprovada

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    13/12/2017 19h01

    Daniel Leal-Olivas/AFP
    Manifestantes anti-'brexit' protestam em frente ao Parlamento britânico em Londres nesta quarta (13)

    A primeira-ministra britânica, Theresa May, sofreu uma derrota nesta quarta-feira (13) ao ver o Parlamento aprovar uma emenda que permite aos legisladores vetar o acordo final do "brexit", a saída britânica da União Europeia.

    Com 309 votos favoráveis ante 305 contra, a emenda é vista por ministros do governo como ameaça às negociações de saída da UE. Na semana passada, após meses de conversas, Londres e Bruxelas chegaram a um acordo para fazer avançar as discussões sobre como se dará o "brexit".

    A emenda aprovada nesta quarta-feira foi colocada em pauta por Dominic Grieve, deputado conservador correligionário de May, e defende que qualquer acordo final sobre o "brexit" deve ser aprovado pelo Parlamento antes de entrar em vigor.

    Ele foi chamado de traidor por parlamentares do Partido Conservador que votaram contra a emenda.

    O governo ficou "desapontado" com a votação, disse uma porta-voz de May em nota, afirmando que "essa alteração não nos impede de preparar nosso livro de estatuto para o dia da saída [da União Europeia]", marcado para março de 2019.

    Mais cedo, May tentara convencer os parlamentares a votarem com o governo, dizendo que a emenda de Grieve aumentaria a pressão sobre um governo que busca deixar o Reino Unido pronto para o divórcio com a UE em março de 2019.

    "Isso aconteceria em um estágio bem adiantado dos procedimentos, o que significaria que nós não conseguiríamos ter a saída suave e ordeira da União Europeia que gostaríamos de ter", disse a primeira-ministra ao Parlamento pouco antes do início do debate.

    "Essa derrota é uma humilhante perda de autoridade do governo às vésperas do encontro do Conselho Europeu", afirmou o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn. "Theresa May tem resistido a uma prestação de contas democrática. Sua recusa em ouvir significa que agora ela terá de aceitar que o Parlamento tome o controle."

    Enfraquecida depois de perder sua maioria no Parlamento na eleição de junho, May teve de ceder em alguns pontos-chave.

    Para conseguir negociar o acordo comercial com a UE, May propôs uma série de concessões ao bloco europeu. Além da questão fronteiriça com a Irlanda, ela garantiu que os cidadãos europeus no Reino Unido terão o direito de permanecer ali.

    Seu governo também continuará a contribuir ao orçamento europeu em 2019 e 2020 e pagará a conta do divórcio, que é hoje estimada em um valor entre R$ 170 bilhões e R$ 220 bilhões.

    A Irlanda é um país-membro da União Europeia, enquanto a Irlanda do Norte é um território britânico. O separatismo na região deixou 3.600 mortos durante três décadas e só foi apaziguado pelo processo de paz de 1998, que prometia a livre passagem entre os países.

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