Líderes da União Europeia deram nesta sexta-feira (15) a autorização formal para a abertura da segunda fase de negociações da saída do Reino Unido do bloco —conhecida como "brexit".

A nova etapa deve debater como será o período de transição da separação e negociar e vai incluir a negociação de como ficarão as relações comerciais entre Londres e Bruxelas.

No segundo dia do encontro da cúpula do bloco em Bruxelas, as autoridades autorizaram o avanço das negociações por considerarem que até o momento houve "progresso suficiente" dos assuntos já debatidos, como o direito dos cidadãos europeus após o "brexit", a questão da fronteira irlandesa e o valor do pagamento que o Reino Unido fará a União Europeia.

"Os líderes da UE concordam em avançar para a segunda fase das conversas do 'brexit'", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, após a aprovação.

Ele também parabenizou a primeira-ministra britânica Theresa May, por seus esforços em concluir as linhas gerais de um acordo de separação.

"Nós vamos entregar a vontade do povo britânico e conseguir o melhor acordo para o 'brexit', assegurando o maior acesso possível ao mercado europeu, incetivando o livre-comércio pelo mundo e recuperando o controle sobre nossas fronteiras, leis e dinheiro", disse a britânica na sequência.

Apesar da vitória de May com o avanço das negociações, diversos líderes presentes no encontro, como o premiê italiano Paolo Gentiloni e o Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, disseram que a próxima fase deve mais difícil.

Até o fim do ano os dois lados devem começar a debater como será o período de transição após o "brexit", mas as conversas sobre um acordo comercial ficaram para março de 2019.

Um dos maiores desafios, segundo os líderes da UE, é como o acordo comercial vai impactar a relação entre a Irlanda (que faz parte do bloco) e a Irlanda do Norte (que é parte do Reino Unido).

May prometeu que não vai haver uma fronteira física nem entre os dois países nem entre a Irlanda do Norte e o resto do território britânico.

Segundo o chanceler austríaco Chrisitian Kern, é impossível não haver uma fronteira se o Reino Unido sair do mercado comum europeu. "Até nossos estudantes primários conseguem ver que há um impasse a ser resolvido", disse ele.

Os líderes europeus decidiram que um acordo de livre-comércio com Londres só poderá ser feito após o "brexit", mas concordaram com o pedido de May para um período de transição de dois anos a partir de março de 2019, quando a saída deve acontecer.