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    Conversas para formar governo na Alemanha ficarão para janeiro

    DE SÃO PAULO

    20/12/2017 13h22

    Hannibal Hanschke - 18.dez.2017/Reuters
    A chanceler alemã, Angela Merkel, após reunião de seu partido em Berlim
    A chanceler alemã, Angela Merkel, após reunião de seu partido em Berlim

    As conversas entre o partido da chanceler alemã, Angela Merkel, a União Cristã-Democrata, e o Partido Social Democrata (SPD) sobre a formação de um novo governo começarão no dia 7 de janeiro, afirmaram as duas legendas em nota nesta quarta-feira (20). A meta é que as conversas terminem em 12 de janeiro.

    Representantes dos dois partidos se encontraram nesta quarta e disseram ter tido "uma boa discussão em uma atmosfera confiável".

    Trata-se da melhor chance de Merkel manter seu quarto mandato como chanceler, depois que as conversas com os Verdes e o FDP (liberais) fracassaram.

    Com isso, a Alemanha vai ter quebrado o recorde do pós-Segunda Guerra, com ao menos 86 dias para formar um governo após as eleições de 24 de setembro, que inauguraram um período de maior fragmentação política, com seis partidos no Parlamento.

    Um deles é o nacionalista de direita Alternativa para a Alemanha, enquanto partidos tradicionais como SPD e CDU tiveram resultados aquém do esperado.

    O adiamento da definição do novo governo não é um bom sinal para a Alemanha e a Europa. Todas as discussões no âmbito europeu, como as da ambiciosa reforma do bloco, estão em compasso de espera pela Alemanha.

    Já na semana passada, a revista alemã "Der Spiegel" falava em "fim de uma era".

    "Pode levar um tempo até que Merkel ceda o poder, mas está claro que estamos entrando na última fase do Merkelismo", dizia o artigo.

    "O Merkelismo está em crise porque dois de seus pré-requisitos não estão sendo preenchidos. Um, ele precisa de um clima social em que um amplo consenso é possível. Dois, ele precisa de uma Merkel forte."

    "O ministro de Relações Exteriores Sigmar Gabriel apresentou o discurso de política externa mais forte, sóbrio e estratégico que vi na Europa desde o colapso soviético. É a correta estratégia. Mas Merkel não é mais a pessoa certa para executá-la", escreveu Ian Bremmer, do think tank Eurasia Group.

    Quaisquer decisões tomadas pela liderança do SPD terão de ser ratificadas por seus correligionários. Pode ser então que a indefinição do governo alemão não termine em 12 de janeiro.

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