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    Venezuela poderá voltar ao Mercosul quando voltar à democracia, diz Temer

    MARINA DIAS
    JULIO WIZIACK
    DE BRASÍLIA

    21/12/2017 11h56

    Adriano Machado/Reuters
    Presidente Michel Temer recebe líderes do Mercosul em Brasília nesta quinta (21)
    Presidente Michel Temer recebe líderes do Mercosul em Brasília nesta quinta (21)

    O presidente Michel Temer aproveitou rápido discurso durante abertura da reunião de cúpula do Mercosul, nesta quinta-feira (21), em Brasília, para dar um recado à Venezuela e dizer que o país foi suspenso do bloco porque "colocou em xeque" direitos fundamentais. Segundo Temer, quando a nação venezuelana voltar à democracia, poderá regressar também ao Mercosul e será "recebida de braços abertos".

    Presidente temporário do bloco econômico, Temer defendeu a suspensão da Venezuela, em dezembro do ano passado, argumentando que era uma medida que se impunha diante do regime de Nicolás Maduro.

    Ainda de acordo com o presidente brasileiro, a democracia foi reconquistada "com grande custo" na América do Sul e, por isso, é preciso "defendê-la".

    "Defender a democracia não significa impor políticas a quem quer que seja. O pluralismo é da própria essência da democracia. Defender a democracia significa, isso sim, manter fidelidade aos compromissos que assumimos no Mercosul ao longo de mais de duas décadas, significa dar concretude a esses compromissos, naqueles momentos em que direitos fundamentais são postos em xeque", afirmou Temer.

    "Queremos, aliás, que a nação venezuelana, de volta à democracia, possa também voltar ao Mercosul, onde ser recebida de braços abertos", concluiu.

    A Venezuela foi suspensa do bloco em 2016 por descumprir obrigações com as quais se comprometeu em 2012, quando foi admitida no grupo.

    O país também recebeu um sanção por "ruptura com a ordem democrática", aprovada por unanimidade por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, os fundadores do bloco. A decisão foi baseada no Protocolo de Ushuaia, de 1996, que diz que os países do Mercosul devem respeitar a democracia.

    Temer é presidente do Mercosul desde julho deste ano e chancelou a percepção de que houve uma "ruptura" democrática na Venezuela.

    Mergulhados em uma grave crise política e econômica, integrantes do governo venezuelano e da coalizão de oposição tentam chegar –por ora sem sucesso– a um acordo para superar os problemas que aprofundam desigualdades e provocam ondas de violência no país.

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