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    Frenesi independentista do governo da Catalunha remonta a eleição de 2010

    PATU ANTUNES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BARCELONA

    22/12/2017 02h00

    Albert Gea/Reuters
    Catalães pró-independência comemoram em Barcelona o resultado das eleições gerais na região autônoma
    Catalães pró-independência comemoram em Barcelona o resultado das eleições gerais na região autônoma

    O primeiro presidente da Generalitat na era pós-Franco foi Josep Tarradellas, da Esquerda Republicana. É dele a famosa frase "cidadãos da Catalunha, já estou aqui", proferida em 23 de outubro de 1977, após quase 40 anos de exílio. Apesar de catalanista, ele não era pró-secessão.

    Tarradellas foi substituído em 1980 por Jordi Pujol, fundador da Convergência Democrática da Catalunha (depois Convergência e União, CiU, e hoje parte da coligação Juntos por Catalunha). Pujol esteve no poder até 2003.

    Depois, caiu em desgraça por denúncias de evasão fiscal, tráfico de influência e cobrança de propina. Um de seus filhos está preso. Seu projeto político, de direita, ajudou Madri a construir a Espanha redemocratizada.

    Os dois governos seguintes experimentaram com outra fórmula, chamada "tripartido". Foi o momento da esquerda no comando: Esquerda Republicana, Esquerda Unida e Partido Socialista. O primeiro emplacou entre 2003 e 2006 Pasqual Maragall, e o segundo, entre 2006 e 2010, José Montilla.

    Uma crítica feita ao tripartido foi à incapacidade de renegociar o estatuto da Catalunha (lei máxima regional, sujeita à espanhola) e de obter um pacto fiscal melhor.

    Em plena crise econômica e com o Partido Popular de volta ao governo central, a Generalitat regressou às mãos da CiU, com Artur Mas, em 2010. A partir daí, começou a "desconexão mental" com a Espanha e o diálogo de surdos que culminou com a obsessão por um referendo de secessão.

    Em 2015, a CiU virou PDdCat e lançou a coalizão Juntos pelo Sim, com a Esquerda Republicana, em consulta tida como ilegal. O grupo não conseguiu maioria de assentos ou de votos, mas, graças ao pacto com a CUP (extrema esquerda), chegou a 72 cadeiras.

    Em troca do apoio, a CUP exigiu que um perfil radical governasse a região para chegar a uma declaração unilateral de independência. Assim, Carles Puigdemont aportou em 2016 na liderança do processo independentista, depois de uma legislatura como parlamentar local e de um mandato como prefeito de Girona.

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