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    Explosão em centro cultural deixa 41 mortos no Afeganistão

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    28/12/2017 07h33 - Atualizado às 09h35

    Uma explosão deixou ao menos 41 mortos nesta quinta-feira (28) ao atingir um centro cultural e uma agência de notícias em Cabul, no Afeganistão. O ataque ocorreu durante a manhã e a maioria das vítimas eram estudantes, segundo testemunhas.

    O ataque ocorreu durante um painel no centro cultural Tabian sobre o 38° aniversário da invasão soviética ao Afeganistão. Além dos mortos, pelo menos outras 84 pessoas ficaram feridas no local, de acordo com o Ministério da Saúde afegão.

    O edifício atingido está localizado no oeste da capital, em uma região com população predominantemente xiita —ramo minoritário do islã, enquanto 90% da população afegã segue o ramo sunita. Um repórter da agência local Voz Afegã foi morto.

    O braço do Estado Islâmico no Afeganistão assumiu a autoria do ataque. Segundo o grupo, o atentado foi feito com três explosivos detonados simultaneamente, além de um homem-bomba. Já o Talibã negou envolvimento no caso.

    Imagens divulgadas durante o dia mostravam o pavimento do centro cultural coberto de sangue enquanto pessoas procuravam por sobreviventes entre os destroços.

    Houve outros atentados a organizações de imprensa em Cabul nos últimos meses, além de ações contra a minoria xiita, marcando a deterioração da segurança no país, de 35 milhões de habitantes.

    Um porta-voz do presidente Ashraf Ghani disse que o atentado foi um "imperdoável" crime contra a humanidade e prometeu destruir os grupos terroristas atuando no país, onde tem sido registrado algum avanço de organizações vinculadas à milícia radical Estado Islâmico.

    Um dos diretores da Anistia Internacional, de defesa aos direitos humanos, emitiu um comunicado afirmando que o ataque de quinta-feira "ressalta os perigos enfrentados por civis afegãos. "Em um dos anos mais letais já registrados, jornalistas e outros civis continuam a ser alvejados de maneira cruel por grupos armados", afirmou Biraj Patnaik.

    Segundo os Repórteres Sem Fronteiras, em um relatório publicado em dezembro, o Afeganistão é um dos países mais perigosos do mundo para se trabalhar na imprensa.

    Houve outro grande ataque a Cabul nesta mesma semana, com ao menos sete mortos em uma ação suicida contra um escritório de uma agência de inteligência afegã. Em maio, na pior ação contra o país desde 2001, uma explosão deixou 150 mortos e mais de 300 feridos.

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