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    Noite de Réveillon em Nova York deve ser a 2ª mais fria da história

    SILAS MARTÍ
    DE NOVA YORK

    30/12/2017 18h53

    Eduardo Munoz/Reuters
    Pessoas andam na Times Square, em Nova York, durante tempestade de neve
    Pessoas andam na Times Square, em Nova York, durante tempestade de neve

    Quando a famosa bola de cristal despencar na Times Square na noite de Ano Novo, os termômetros em Nova York estarão marcando -12ºC.

    Este pode ser o Réveillon mais congelante da maior metrópole dos Estados Unidos em um século e o segundo mais frio de sua história, perdendo só para os -17ºC registrados na virada para 1917.

    Enquanto essa lufada de ar glacial se alastra e transforma a água dos chafarizes em esculturas translúcidas, a polícia ergue barreiras para frustrar qualquer ataque à festa que pode levar 1 milhão de pessoas a um dos endereços mais famosos do mundo.

    "Não há nenhuma ameaça direta a Nova York ou à Times Square para esta noite de Ano Novo", afirmou James O'Neill, o chefe da polícia.

    Um pedaço enorme de Manhattan também será fechado ao trânsito 12 horas antes da virada para 2018.

    No início do mês, um imigrante bengalês tentou explodir o corredor de uma estação de metrô bem perto dali, mas a polícia, que comemora uma queda recorde no número de ocorrências de crimes na cidade, acredita que a maior ameaça aos festeiros seja só o frio extremo e sem trégua.

    "Queremos que todos saibam o que esperar quando forem enfrentar o frio", afirma o chefe da polícia O'Neill. "E vai estar frio, sem dúvida."

    Além da Times Square, celebrações da virada do ano estão marcadas em pontos do Brooklyn e no famoso parque de diversões de Coney Island, que fica à beira do Atlântico.

    Enquanto os nova-iorquinos já encaram temperaturas bem abaixo da média neste início do inverno, a situação em outros pontos do norte dos Estados Unidos e do Canadá é mais dramática ainda.

    Estarrecedores -36ºC foram registrados em Watertown, no norte de Nova York, e cidades de Michigan viram temperaturas de -28ºC nos últimos dias. Na Pensilvânia, o vilarejo de Erie está soterrado com mais de um metro de neve, que quase não parou de cair desde o Natal.

    Donald Trump, no calor de sua mansão de veraneio na Flórida, não resistiu e sugeriu num tuíte que as temperaturas gélidas que varrem a América do Norte são a prova de que o aquecimento global só pode ser "fake news".

    "Esta pode ser a noite de Ano Novo mais fria já registrada", escreveu o presidente americano. "Talvez fosse útil um pouco daquele bom e velho aquecimento global."

    Desde que assumiu a Casa Branca, Trump adota medidas que vão na contramão de todos os esforços para lutar contra a mudança climática.

    Ele anunciou que os EUA abandonariam o Acordo de Paris sobre o clima, trocou os integrantes da agência de proteção ambiental por pessoas favoráveis à indústria e liberou terras públicas para a exploração de carvão.

    Mas os dados contradizem Trump. Mesmo que termômetros por aqui marquem recordes negativos assustadores, o resto do mundo sofre com temperaturas acima da média. Meteorologistas alertam ainda que 2017 entrará para a história como um dos anos mais quentes já registrados.

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