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    Premiê tailandês coloca sua figura de papelão para responder a jornalistas

    DA REUTERS

    09/01/2018 16h15

    Athit Perawongmetha/Reuters
    Funcionário do governo organiza figuras de papelão mostrando o líder da junta militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc
    Funcionário do governo organiza figuras de papelão mostrando o líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc

    O premiê da Tailândia, Prayuth Chan-ocha, conhecido por ser temperamental, adotou uma tática para evitar perguntas espinhosas dos jornalistas: deixou figuras suas de papelão espalhadas pela sede de governo.

    O gesto foi criticado pela organização Human Rights Watch (HRW), que disse que ele mostra o "desprezo pela crítica da mídia" tido pela Junta Militar em um país que ainda não restaurou a democracia desde o golpe de 2014.

    Foram espalhadas pelo complexo governamental 17 figuras de papelão de tamanho real que mostram Prayuth com várias vestimentas, como roupas esportivas, termos e vestes tradicionais tailandesas.

    Na segunda-feira (8), Prayuth falou brevemente na Casa de Governo antes de sua figura de terno e gravata ser apresentada. Ele então disse a jornalistas que fizessem quaisquer perguntas que tivessem ao papelão.

    "Perguntem a esse cara", disse.

    Dailynews/Reuters
    Crianças dão a mão a figura de papelão do líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc
    Crianças dão a mão a figura de papelão do líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc

    "O líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha continua mostrando desprezo pela crítica e pelo escrutínio da mídia", disse Sunai Phasuk, pesquisador sênior da HRW na Tailândia. Esse gesto, disse a organização, é mais um em uma "longa lista de reações bizarras e de bullying contra repórteres".

    Em 2015, ele alertou jornalistas de que tinha poder suficiente para mandar executá-los. Em outro incidente, jogou uma casca de banana contra um repórter.

    A junta tailandesa anunciou que irá realizar eleições gerais em novembro deste ano, após repetidamente adiar a votação. No entanto, as campanhas políticas estão proibidas.

    "Mesmo quando a junta promete uma eleição, não há espaço para a liberdade de imprensa", disse Sunai.

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