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    Carlos Brito: Consumo responsável para além do barman

    DE SÃO PAULO

    27/10/2014 02h00

    Atendentes e vendedores de bebidas alcoólicas são fundamentais para reforçar a cultura de consumo responsável. A decisão de um barman de continuar a servir –ou não– vem à mente. Mas e quanto ao papel do garçom em seu restaurante favorito? Ou do operador de caixa da mercearia do seu bairro? Esses profissionais podem influenciar a escolha de uma pessoa para beber com responsabilidade.

    Enquanto a maioria dos consumidores opta por beber de forma responsável, evitar o consumo indevido exige a participação ativa de diversos agentes da sociedade –indústria, consumidores, pais, amigos, educadores, e autoridades.

    Como parte de sua estratégia global para reduzir o uso nocivo do álcool, a Organização Mundial da Saúde quer a promulgação de políticas que garantam treinamento sobre serviço responsável, incluindo questões relacionadas à prevenção, identificação e administração do consumo indevido.

    O estudo "Perspectivas Internacionais sobre o Serviço Responsável e a Venda de Bebidas Alcoólicas", encomendado pela AB InBev, mostra uma importante oportunidade. Embora os dados confirmem que os membros da família têm a maior influência sobre atitudes em relação ao consumo responsável, mais de um em cada três adultos (36%) gostariam de receber dicas de consumo responsável de atendentes e vendedores.

    Isso inclui ouvir de um garçom quando é o momento de diminuir o consumo, comer alguma coisa ou até mesmo parar de beber. E quase metade desses adultos (45%) está aberta a sugestões desses profissionais sobre pegar uma carona para casa em segurança.

    A pesquisa entrevistou cerca de 8.000 adultos em idade legal para beber em oito países (Argentina, Bélgica, Brasil, China, Alemanha, México, Reino Unido e EUA).

    O levantamento aponta também que, a cada dia, mais de 30 milhões de adultos nesses países têm a sua identificação verificada na compra de bebidas alcoólicas. O RG dos brasileiros, ao longo de um ano, é solicitado em média 29 vezes nos pontos de venda de bebida alcoólica, número alinhado com a média global de 30 solicitações. Os EUA lideram o ranking com 47 ao ano.

    A verificação também varia de acordo com o sexo. A pesquisa mostra que, em todo o mundo, os homens têm 30% mais chances de serem abordados. E a maioria dos consumidores afirma não se importar ou sente-se lisonjeada quando é abordada, em vez de sentir-se incomodada ou constrangida.

    Embora existam diferenças locais na forma de consumo e venda de bebidas alcoólicas, o treinamento é fundamental. No Brasil, a Ambev desenvolve um programa bastante consolidado. Em setembro, 60 mil pessoas que atuam com a venda desses produtos foram treinadas em prol da venda responsável. Até o fim de 2014, serão 125 mil.

    As melhores práticas de treinamento devem ser compartilhadas de forma ampla. Os esforços da empresa visam expandir o impacto dessas ações. O trabalho em conjunto para criar e apoiar uma rede de atendentes e vendedores ajuda a promover um comportamento de consumo responsável e a fazer com que as comunidades sejam mais seguras.

    CARLOS BRITO, 54, é presidente da Anheuser-Busch InBev, cervejaria que produz as cervejas Brahma, Antarctica, Skol, Budweiser, Stella Artois, entre outras

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