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    opinião

    Ashot Galoyan, Leonid Krupets, Bakytzhan Ordabayev e Sergey Akopov: Festa com lágrimas nos olhos

    11/05/2015 02h00

    Se passaram 70 anos desde o fim da Grande Guerra Patriótica (Segunda Guerra Mundial) e o dia 9 de maio sempre foi e será a nossa festa mais importante. Esse é o dia da glória nacional, do orgulho popular, amplamente comemorado nos nossos países. Um dia de lamentação e de memória eterna.

    É uma festa, na qual a força conquistadora do patriotismo triunfa. Quando todos sentimos o que é ser fiel à pátria e como é importante saber defender os seus interesses.

    O Dia da Vitória é a festa mais querida, sincera e popular nos nossos países. Para os povos da ex-União Soviética este será para sempre o dia do grande feito popular. Para os Estados europeus e todo o planeta, esse é o dia da salvação.

    Já se passaram 70 anos. No entanto, todos os anos neste dia, iremos lamentar os mortos e lembrar de uma guerra que chama à consciência. Ela nos encarrega de grande responsabilidade e faz perceber de modo mais profundo o abismo infinito, à beira do qual o mundo estava. Ela nos mostrou as consequências monstruosas da violência, intolerância racial, genocídio e do tratamento degradante ao homem.

    Sempre recordaremos que esses excessos levam medo, humilhação e morte para as pessoas. Eternamente respeitaremos os que sacrificaram as próprias vidas, tanto quem combateu, quanto quem trabalhou abnegadamente na retaguarda.

    Eram 61 Estados e praticamente 80% da população terrestre envolvida na Segunda Guerra Mundial. O furacão de fogo atravessou não só a Europa, mas também Ásia e África. Atingiu o Novo Mundo, as fronteiras do Egito e da Austrália. Porém, os acontecimentos mais traumáticos e decisivos aconteceram no território da União Soviética.

    Nós nunca dividimos a vitória em nossa e dos outros. Reconhecemos a coragem de todos os aliados que se opuseram ao nazismo, inclusive dos membros da Força Expedicionária Brasileira. Sabemos, por outro lado, que a União Soviética perdeu naqueles anos de guerra dezenas de milhões de seus cidadãos.

    A vitória foi forjada corajosamente e foi ficando mais próxima com a bravura da Leningrado cercada, com a coragem dos defensores de Sebastopol, com a proeza de milhares de combatentes na retaguarda. A vontade de ferro do povo soviético, o seu destemor e resistência, salvaram a Europa da escravidão.

    Temos a obrigação de transmitir aos nossos descendentes esse espírito e estamos prontos para construir esse tipo de relacionamento com nossos vizinhos mais próximos e resto do mundo. Um relacionamento não só fundamentado por lições do passado, mas também voltado para o futuro comum.

    A história ensina: os países e os povos possuem a obrigação de entender como e de onde surgem as novas ameaças. As lições de guerra avisam que o estimulo à violência, indiferença e relutância resultam, de modo necessário, em tragédias.

    Tendo em vista as ameaças reais do terrorismo de hoje em dia, o ultranacionalismo e o neonazismo, devemos permanecer fiéis à memória dos nossas ancestrais. Temos a obrigação de defender a nossa ordem mundial, baseada em segurança e justiça, e evitar o retorno às guerras frias e incandescentes.

    ASHOT GALOYAN, LEONID KRUPETS, BAKYTZHAN ORDABAYEV e SERGEY AKOPOV são embaixadores da Armênia, Belarus, Cazaquistão e Rússia, países membros da União Econômica Euroasiática - UEEA

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