Os partidos políticos ao longo da nossa história nascem, crescem, desaparecem, enquanto alguns outros são refundados. O PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), que completa 50 anos em 2016, já é a associação com mais tempo de vida ininterrupta entre os atuais partidos brasileiros.
Nascido durante a ditadura militar, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) acabou reunindo homens e mulheres, políticos tradicionais ou não, em torno do enfrentamento ao golpe de 1964.
Aos poucos –e não sem a oposição de grupos políticos que escolhiam campos de luta diversos– engendrou as grandes negociações políticas que culminaram na retomada de eleições livres e em outros pequenos sopros de liberdade.
Após a redemocratização, já como PMDB, incorporou o germe da governabilidade, com estabilidade institucional e harmonia entre os três Poderes. Tarefa facilitada não somente por sua democracia interna mas também por sua capacidade de agir e administrar em todo o território brasileiro.
Não é de agora, portanto, que o PMDB é, de fato, reconhecido como o partido com as melhores experiências em mediar conflitos, em compromisso com o Brasil e os interesses da maioria da população.
E não apenas por seu peso político, mas por seu profundo respeito à liberdade, à justiça social, à democracia participativa e à estabilidade da economia. A aventura e o golpismo não estão em nosso DNA.
O Brasil vive neste momento uma das mais graves crises políticas e econômicas de sua história, uma alimentando a outra. Mas esta também é uma crise de equilíbrio entre as forças políticas.
A democracia é barulhenta, eventualmente provoca ruídos. Nessas horas é que cada um dos Poderes e seu líderes mais devem continuar exercendo seus papéis, sem sobreposições e com independência.
É preciso romper o clima de confrontação e retomar o diálogo, com o mais amplo leque possível de interlocutores. Não interessa ao país a rota de colisão entre Poderes, que se desenha a cada gesto mais brusco, a cada fala mais ousada.
O PMDB está empenhado em mediar ações que reúnam o melhor das esperanças e demandas da sociedade. O melhor do ajuste fiscal, para retomar o crescimento econômico e a manutenção do emprego dos brasileiros, sem perdas de direitos sociais e trabalhistas.
Assim o fará, sem gestos bruscos e sempre às claras, até que, naturalmente, tenhamos um novo cenário político e econômico.
Nesses quase 50 anos de história, enfrentamos altos e baixos, sofremos derrotas, obtivemos vitórias, por isso sabemos que não é uma tarefa fácil. O certo é que sempre que o Brasil enfrentou momentos difíceis, contou com o empenho do PMDB para encontrar soluções.
O PMDB é uma fênix, sem nunca ter sido cinzas.
EUNÍCIO OLIVEIRA, 62, senador pelo PMDB-CE, é líder da bancada do partido no Senado. Foi ministro das Comunicações (governo Lula)
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