• Opinião

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    Henrique Eduardo Alves

    O caminho da tocha

    02/11/2015 02h00

    O revezamento da tocha olímpica pelo Reino Unido produziu uma das imagens mais emblemáticas da história recente dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no mundo. Quem assistiu ao vídeo da chama percorrendo cenários deslumbrantes daqueles países e envolvendo a população de forma tão emocionante sabe do que estou falando.

    Pois agora é a vez do Brasil marcar presença no imaginário mundial. Aproveitar a experiência adquirida com a realização de grandes eventos –Rio+20, Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo, por exemplo– para superar expectativas e oferecer ao público um espetáculo inesquecível. Afinal, vamos sediar os primeiros Jogos Olímpicos e Paralímpicos em solo sul-americano.

    Se na Copa, que organizamos com muita competência, recebemos 736 atletas de 32 nações, na Olimpíada serão 15 mil esportistas de 205 nacionalidades. São números grandiosos, proporcionais aos desafios que se impõem ao governo federal e aos gestores públicos de transformar tudo isso em ganhos para a economia, para a população e também para o turismo.

    Para fazer uma grande Olimpíada, nada melhor do que somar esforços. A integração dos diversos ministérios, secretarias e a parceria com estados e municípios têm sido fundamental para racionalizarmos os investimentos e avançarmos na preparação do evento. A orientação da presidenta Dilma Rousseff sempre foi de somarmos, para fazer mais, com menos. E esse tem sido nosso esforço.

    Essa é a mensagem que temos passado às lideranças políticas, governadores, secretários e empresários do setor do turismo. Não é uma questão de retórica, 2016 pode ser mesmo de oportunidades imperdíveis para o turismo brasileiro. Se o grande desafio do governo é envolver todo o país com a realização dos jogos, cujas competições acontecem majoritariamente no Rio de Janeiro, o tour da tocha olímpica é a chance de colocar na vitrine a imagem multifacetada do Brasil, com toda sua diversidade cultural, esportiva, patrimônios históricos e belezas naturais.

    Imaginem o efeito visual de um caleidoscópio formado por fragmentos de imagens de atrativos turísticos dos mais de 300 municípios que recepcionarão a chama olímpica durante seu passeio por todas as regiões do país. Um prato cheio para encantar os milhares de turistas dos jogos e os 5 bilhões de espectadores que assistirão as competições por todos os cantos do mundo. Ganharemos em visibilidade o que nenhuma campanha publicitária pode alcançar.

    Um dos resultados esperados para essa exposição excessiva, sem dúvida, é o aumento do fluxo de turistas internacionais para o país. Por isso, comemoramos na última semana a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que isenta de vistos os estrangeiros que visitarem o país até setembro de 2016. Agora o projeto segue para o Senado e, se aprovado, precisa ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. Tenho certeza que essa medida trará muitos ganhos para nossa economia.

    A desburocratização do processo de concessão do documento é o primeiro passo para atrairmos mais visitantes e deixarmos para trás a incômoda marca dos seis milhões de turistas estrangeiros. O primeiro passo de muitos que esperamos dar para ajudar o Brasil a enfrentar a instabilidade econômica e voltar a crescer.

    HENRIQUE EDUARDO ALVES, 66, é ministro do Turismo

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