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    editorial

    Jogos na reta final

    30/07/2016 02h00

    Apaziguado o recente constrangimento com as falhas na Vila dos Atletas, a Olimpíada do Rio se encaminha finalmente para o teste da fase desportiva. Em que pesem improvisações de última hora e cronogramas atrasados, a expectativa é que a cidade cartão-postal do Brasil ficará à altura do megaevento.

    A seis dias da cerimônia de abertura, todas as arenas foram entregues, e algumas já são usadas para treinamento. Preocupa, porém, que a maioria não terá passado por testes com grande público, o que pode levar a surpresas desagradáveis similares às dos alojamentos.

    No quesito segurança, o Rio tem conseguido isolar os grandes eventos que sedia de sua triste rotina de violência, como se viu na conferência Rio+20. Desta vez, a mobilização, recorde para a cidade, envolverá 51,6 mil homens, entre policiais e militares.

    Desacostumado a lidar com a crescente ameaça terrorista de extremistas islâmicos, o Brasil parece ter se preparado a contento, prendendo suspeitos e aceitando ajuda de países como EUA e França.

    Outra incógnita, esta menos preocupante, é a possibilidade de protestos durante os Jogos. As experiências prévias da visita do papa Francisco, em 2013, e da Copa, no ano seguinte, sugerem o risco de confrontos violentos com a polícia, mas localizados e sem maior ameaça ao público.

    Por outro lado, é preocupante o improviso na revista para a entrada nas arenas. Nesta sexta-feira (29), o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou que 3.000 PMs inativos assumirão a revista em espectadores, após o governo romper o contrato com uma empresa que havia sido escolhida mesmo sem ser do ramo.

    Na parte de infraestrutura, o transporte público recebeu melhorias significativas e deverá ser o maior legado olímpico para a cidade. São três corredores viários, que somam 117 quilômetros de faixas exclusivas para os ônibus, e uma nova linha de metrô.

    Aqui, também, os preparativos de última hora potencializam o risco de problemas: a linha 4, que liga a zona sul à Barra da Tijuca, será inaugurada neste sábado (30) sem ter passado por um período experimental, como é praxe.

    Já outro aspecto do legado prometido, a fracassada despoluição da baía da Guanabara, desponta como a grande decepção, tanto para atletas obrigados a competir em suas águas imundas quanto para a população fluminense, que não se verá livre do problema tão cedo.

    Dois anos após o país organizar com sucesso um evento esportivo grandioso como a Copa do Mundo, espera-se que o Rio consiga repetir o êxito nos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul.

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