• Opinião

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    Alberto Alves

    Olimpíada é chance de mostrar ao mundo nossas virtudes

    04/08/2016 02h00

    A indústria cinematográfica investe algumas centenas de milhões de dólares para criar no consumidor o desejo de assistir aos filmes produzidos por ela. Faz isso especialmente por meio dos trailers.

    Em poucos minutos, com imagens e trechos de diálogos de impacto, eles mostram a narrativa que será desenrolada e despertam no espectador o gostinho de quero mais. O sucesso de bilheteria das películas começa a ser determinado pela qualidade dos trailers.

    Olimpíada e Paraolimpíada só farão sentido para o Brasil se soubermos mostrar ao mundo as nossas virtudes, se conseguirmos aproveitar os holofotes para atrair investidores e turistas.

    As cortinas se abrirão no dia 5 de agosto. Estaremos no centro do palco, sob o olhar de 5 bilhões de espectadores, ávidos por entender que país é este, considerado o número um em atrativos naturais do mundo, respeitado pela diversidade cultural, capaz de fabricar aviões de última geração, produzir alimentos em escala global e promover a igualdade social ao retirar mais de 40 milhões de pessoas da linha da pobreza.

    Nas palavras de Tom Jobim, que emprestou o nome para um dos mascotes dos Jogos, o Brasil não é um país para iniciantes. Por isso, traduzir esta nação de dimensões continentais -que, apesar das dificuldades, encarou o desafio de sediar, em menos de uma década, a Rio+20, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa do Mundo, a Olimpíada e Paraolimpíada- não é tarefa para amador.

    Realizar todos esses eventos exigiu experiência e engajamento de múltiplos atores. A dedicação foi compensada pelo retorno positivo dos turistas de passagem pelo país.
    O índice de aprovação na Jornada Mundial da Juventude chegou a 93%. Na Copa, o percentual foi ainda maior: 95,3%.

    Depois de acumular uma bagagem substancial na montagem de espaços de divulgação do país em alguns dos maiores eventos esportivos do planeta, como a Copa do Mundo da África do Sul e as Olimpíadas de Londres e Pequim, é a vez de contar a nossa história em nossa própria casa.

    Um espaço de 12 mil metros quadrados no Píer Mauá, no Boulevard Olímpico, vai materializar um resumo do Brasil. A ação faz parte de uma estratégia maior para nacionalizar o evento e otimizar o ganho de imagem do país como um todo.

    Teremos uma amostra da diversidade artística e cultural e dos mais belos cartões postais do país por meio de exposições, shows, apresentações e seminários. Os visitantes passearão por todos os Estados brasileiros, representados por imagens, sons e sabores.

    A Casa Brasil, totalmente adaptada às pessoas com deficiência, vai abrir as portas ao público nesta quinta (4 de agosto) e funcionará até o fim da Paraolimpíada, em 18 de setembro. A expectativa é atrair um público diário de cerca de 10 mil pessoas e até US$ 450 milhões em investimentos estrangeiros.

    O nosso trailer será feito com experiências culturais e gastronômicas das cinco regiões do país, vivências sensoriais interativas, apresentação de oportunidades em rodadas de negócio, fotos e vídeos dos destinos turísticos por onde a tocha olímpica passou.

    Tudo reunido num único local, aberto ao público gratuitamente. A julgar pelo trailer, não resta dúvida: o filme protagonizado por nós, mais de 200 milhões de brasileiros, será um sucesso de bilheteria.

    ALBERTO ALVES, 75, economista, é ministro interino do Turismo. Foi secretário-adjunto da Secretaria de Planejamento da Presidência da República e assessor econômico do Ministério da Agricultura (governo Figueiredo)

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