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    editorial

    Alerta amarelo

    18/01/2017 02h00

    A escalada preocupa. A princípio, no dia 9, noticiaram-se 23 casos suspeitos de febre amarela silvestre em Minas Gerais. A cifra saltou para 48 três dias depois e chegou a 152 na segunda-feira (16), quando passaram a ser investigadas duas ocorrências no Espírito Santo.

    Desse total, 37 casos são considerados prováveis, dados os resultados dos testes iniciais. Mais grave, há 47 mortes possivelmente associadas à doença, das quais 22 estão na categoria das prováveis.

    Para comparação, em 2016 confirmaram-se seis infecções pelo vírus da febre amarela, com cinco mortes no país inteiro; em 2015, nove ocorrências e cinco mortes.

    Diante desses números, o governo de Minas decretou situação de emergência em saúde pública nas áreas atingidas pelo surto. A resolução vale por seis meses e abrange 152 municípios do leste do Estado, embora por enquanto somente 26 deles tenham emitido alertas.

    Além disso, anunciam-se campanhas de vacinação em diversas cidades mineiras e capixabas, ainda que, na maioria delas, trate-se meramente de ação preventiva.

    A medida profilática é mais do que necessária nessas circunstâncias. Mesmo que estejamos observando um crescimento cíclico da febre amarela silvestre, que de tempos em tempos ultrapassa os limites das florestas, não se pode hesitar diante do risco de a doença voltar às áreas urbanas, onde sua última ocorrência se deu em 1942.

    Se nas regiões rurais e de mata os transmissores são mosquitos como o Haemagogus e o Sabethes, que infectam principalmente macacos, nas cidades o vetor é o Aedes aegypti, cuja proliferação o poder público não consegue evitar.

    Segundo o epidemiologista Eduardo Massad, da USP, como a doença mata quase 50% das pessoas não tratadas, seria uma tragédia talvez maior que zika, dengue e chikungunya juntas.

    Cabe ao Ministério da Saúde coordenar não só os esforços preventivos mas também de comunicação. Em meio a uma corrida indiscriminada por vacinas em 2007 e 2008, houve oito casos de reação adversa grave à vacina, com seis mortes.

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